São Paulo – Os dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) discutiram durante a reunião realizada no início deste mês a possibilidade de desacelerar ou pausar os cortes nas taxas de juros caso o progresso na redução da inflação for interrompido.
Os membros consideraram que, se a economia se comportasse conforme suas expectativas, com a inflação continuando a diminuir de forma constante, “provavelmente seria apropriado avançar gradualmente em direção a uma postura de taxa de juros mais neutra”, segundo a ata da reunião do Fed realizada em 6 e 7 de novembro, divulgada hoje.
Com a convicção de que o quadro de empregos ainda é bastante sólido, os membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) indicaram que mais cortes nas taxas provavelmente acontecerão, embora não tenham especificado quando e em que grau.
“Ao discutir as perspectivas para a política monetária, os participantes anteciparam que, se os dados viessem sobre como esperado, com a inflação continuando a cair de forma sustentável para 2% e a economia permanecendo perto do emprego máximo, provavelmente seria apropriado avançar gradualmente em direção a uma postura política mais neutra ao longo do tempo”, mostrou a ata da reunião.
O documento indicou que todos os 19 participantes do Fomc aprovaram a decisão de reduzir a taxa básica de curto prazo do Fed em um quarto de ponto percentual, para uma faixa entre 4,5% e 4,75%. Essa decisão seguiu um corte maior, de meio ponto percentual, realizado em setembro.
Alguns formuladores de políticas observaram que os riscos de uma desaceleração mais acentuada no mercado de trabalho ou na economia haviam diminuído desde a reunião de setembro. Muitos deles também destacaram uma maior incerteza sobre onde exatamente definir as taxas de juros para uma economia que não requer nem estímulo nem restrição monetária.
Essas considerações, segundo a ata da reunião, “tornaram apropriado reduzir gradualmente a restrição da política”.