Sachs eleva preço-alvo da Marfrig e mantém recomendação de compra

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São Paulo, SP – O Goldman Sachs elevou o preço-alvo para a ação da Marfrig, passando de R$ 18,10 para R$ 19,30, em virtude, principalmente, de maiores estimativas de Ebitda para 2024, 2025 e 2026, em média em 10%, impulsionados pela BRF, maior visibilidade do portfólio de valor agregado da Marfrig na América do Sul, e o efeito positivo da conclusão da venda de parte das operações de carne bovina da Marfrig na América Latina para a Minerva. O banco de investimentos manteve recomendação de compra.

Às 12h, a ação da companhia avançava 0,54%, para R$ 18,41.

No início do mês, a Marfrig divulgou o balanço do terceiro trimestre de 2024 (3T24), com lucro líquido de R$ 79,1 milhões, revertendo o prejuízo líquido de R$ 111,7 milhões registrado no mesmo período de 2023 (3T23). De janeiro a setembro, o lucro líquido foi de R$ 217 milhões, revertendo o prejuízo líquido de R$ 1,530 bilhão registrado nos nove primeiros meses de 2023.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos depreciação e amortização) foi de R$ 3, 872 bilhões, alta de 60,4% em relação ao 3T23. De janeiro a setembro, o Ebitda foi de R$ 9,896 bilhões, alta de 70% em relação aos nove primeiros meses de 2023. O significativo avanço é explicado pela combinação entre a forte performance da BRF e da Operação Continuada da América do Sul, que compensaram o desempenho mais tímido da Operação América do Norte.

A margem EBITDA Gerencial Consolidada foi de 10,3%, 3,1 p.p. superior à margem do 3T23. No trimestre, 76% do EBITDA consolidado gerencial foi resultado da BRF, 11% da Operação da América do Norte e 13% da Operação América do Sul. Já a margem Ebitda foi de 10,3%, alta de 3,1 pontos percentuais em comparação ao 3T23.  De janeiro a setembro, a margem Ebitda foi de 9,6%, alta de 3,3 pontos percentuais em comparação aos nove primeiros meses de 2023.

Em teleconferência de resultados relativos ao terceiro trimestre de 2024, o CEO da Operação América do Norte da Marfrig, Tim Klein, destacou que a expectativa da companhia é de haver uma forte demanda para a carne bovina nos Estados Unidos no quarto trimestre. Com o fim do ano chegando, a demanda tende a ser boa nos níveis de animais processados. “Estamos trabalhando com animais mais pesados para atender a demanda, mesmo com o ciclo de gado ainda em baixa no país”, afirmou.

Segundo a Genial Investimentos, não é um bom momento para montar posições compradas nas ações, considerando fundamentos fracos para curto prazo, com: operação ainda muito alavancada, inclusive com perspectivas de continuar subindo diante de um ebitda a/a contraindo, mesmo após o deal com a Minerva (dívida líquida sobre o ebitda estimado para 2025 de 4,5 vezes versus 3 vezes no 2T24); um ciclo negativo nos EUA que irá continuar comprimindo margens e reversão de ciclo no Brasil, indicando preços mais elevados de gado.

O Conselho de Administração aprovou a declaração de dividendos intercalares no valor de R$ 2,5 bilhões, com base em lucros apurados no balanço de 30 de setembro de 2024, a serem imputados ao dividendo obrigatório do exercício de 2024. O valor por ação dos dividendos ora declarados corresponde a R$ 2,824256 por ação ordinária de emissão da companhia. O pagamento dos dividendos no Brasil será realizado em 26 de dezembro de 2024.