Por Gustavo Nicoletta
São Paulo – O Brasil não vai rebaixar seus “padrões morais” no Mercosul em nome da integração regional, disse o ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, em sua conta no Twitter, e reforçou o discurso do presidente Jair Bolsonaro e do ministro Paulo Guedes contra a permanência do Brasil no bloco em caso de discordâncias com a Argentina.
“O Brasil quer continuar trabalhando pela causa da liberdade e da
democracia, junto com aqueles que, como [o presidente da Argentina] Mauricio Macri, compartilham nossos valores”, disse Araújo em sua conta no Twitter.
Em agosto, Bolsonaro disse que se Alberto Fernández vencer as eleições
presidenciais da Argentina e apresentar resistência à abertura econômica do Mercosul, o Brasil deixará o bloco. A vitória de Fernández, que faz
oposição a Macri, é dada como certa por analistas.
“O atual candidato que está à frente na Argentina, ele já esteve
visitando o [ex-presidente] Lula, já falou que é uma injustiça ele estar preso, já falou que quer rever o Mercosul. Então o Paulo Guedes, perfeitamente afinado comigo, falou que se criar problema, o Brasil sai do Mercosul, e está avalizado”, disse Bolsonaro na ocasião.
O presidente brasileiro também disse à época que estava disposto a
conversar Fernández, mas que o argentino “vai ter que dar o sinal”. “Por
causa do viés ideológico, o meu sentimento [antes de ser eleito] é que tinha
que acabar com o Mercosul. Lógico, nós chegamos, afastamos o viés
ideológico, o contato foi excelente com Macri, excelente com o Marito
[presidente do Paraguai, Mario Benitez]
, o do Uruguai [Tabaré Vázquez], apesar
de ser um pouco da esquerda, deu pra conversar”, disse Bolsonaro.