Bolsa fecha em ligeira alta em dia de pregão parado e sem a referência dos EUA, dólar cai

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São Paulo -A Bolsa fechou em ligeira alta, atingiu a mínima de 119.511,97 pontos e a máxima de 120.145,30 pontos, em dia de pregão parado e agenda esvaziada. Com a ausência do mercado de ações dos Estados Unidos, a liquidez global ficou reduzida.

As ações da Vale (VALE3) chegaram a subir e sustentar o índice, mas viraram e fecharam em queda de 0,62%. As siderúrgicas recuaram.

As ações da Minerva (BEEF3), EcoRodovias (ECOR3) e Carrefour Brasil (CRFB) subiam 5,78%, 2,79% e 2,40%.

Na ponta negativa, os destaques ficaram Hapvida (HAPV3) caiu 3,82%, Petz (PETZ3), Magalu (MGLU3) e Ultrapar (UGPA3), recuaram respectivamente 2,91%, 2,59% e 2,04%.

O principal índice da B3 subiu 0,13%, aos 119.780,56 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em fevereiro registrou alta de 0,03, aos 120.805 pontos. O giro financeiro era de R$ 13 bilhões.

Segundo a Ativa Investimentos, “a bolsa opera quase estável com feriado nos EUA e agenda fraca no doméstico”.

Daiane Gubert, head de assessoria de investimentos da Melver, disse que sem os Estados Unidos, o mercado fica sem liquidez.

“O feriado lá fora acaba esvaziando o mercado, e a alta da Petrobras e Vale ajudam no movimento da Bolsa. O ambiente ainda é de risco por aqui, com o mercado cada vez mais convencido que este governo está olhando para a eleição sem compromisso fiscal. Já tivermos saída forte de estrangeiro da bolsa. O Lula vai deixar o Galípolo [Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central] trabalha no primeiro semestre, e no segundo vai cobrar juros pra baixo porque vai começar processo eleitoral de fato”.

Em relação ao exterior, Daiane disse que o fator Trump traz volalitidade. “Vamos provar uma administração via twitter”.

Quanto à sobretaxação do novo governo, ela comentou que o Brasil será impactado, mas “precisamos observar o movimento com a China, se houver um estresse maior entre os dois países [China e EUA], podemos nos beneficiar com aumento do volume [de exportação] com a China”.

No corporativo, o destaque fica para a Azul, com a possível consolidação da fusão da empresa com a Gol.

“Com o querosene de aviação mais caro, fica repassar [os custos] tão rápido e as cias acabam sofrendo. Dessa forma é preciso de uma fusão para otimizar os custos”. Azul (AZUL4) avançou 0,95%.

No mercado de câmbio, o dólar fechou em queda de 1,10%, cotado a R$ 6,0423. A moeda refletiu, ao longo da sessão, os indicadores locais que mostram certa desaceleração da economia. Além disso, o dia foi marcado pela baixa liquidez.

Mais cedo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o o Varejo teve retração de 0,4% em novembro ante projeções de -0,3%. A Produção Industrial caiu 0,6% no mesmo período, abaixo das projeções (-0,4%).

Segundo o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, “parece que é a continuidade do movimento de correção nos ativos locais. Os dados de atividade (vendas no varejo e a produção industrial) mais fracos aliviaram a pressão sobre a curva de juros e isso abriu espaço pra uma nova melhora no mercado local”.

Da mesma forma que o dólar, as taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecham em queda em função dos Treasuries (títulos do Tesouro norte-americano) que ainda digerem ata hawkish do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), divulgada na tarde de ontem.

Por volta das 16h35 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2026 tinha taxa de 14,945% de 15,365% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 15,410%, de 15,330, o DI para janeiro de 2028 ia a 15,225%, de 15,095%, e o DI para janeiro de 2029 com taxa de 15,125% de 15,235% na mesma comparação. O dólar opera em queda, cotado a R$ 6,0516 para venda.

 

Paulo Holland e Camila Brunelli / Agência Safras News