São Paulo -A Bolsa fechou em alta, no patamar dos 122 mil pontos, mas ao longo do dia oscilou entre a máxima de 123.171,63 pontos e a mínima de 121.511.13 pontos, em um pregão calmo, de liquidez baixíssima em razão da ausência do mercado norte-americano pelo feriado de Martin Luther King.
Os holofotes ficaram para Donald Trump, empossado hoje para comandar novamente os Estados Unidos por um período de quatro anos. Os bancos, varejistas e Petrobras subiram, Vale caiu.
Entre as blue chips, a Vale (VALE3) caiu 0,36%, Itaú (ITUB4) subiu 0,95% e Petrobras (PETR4) registrou alta de 0,24%.
O principal índice da B3 subiu 0,41%, aos 122.855,15 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em fevereiro avançou 0,71%, aos 123.770 pontos. O giro financeiro foi de R$ 11,5 bilhões.
Um analista do mercado financeiro disse que em dia de fraco de notícias aqui e feriado nos Estados Unidos, “o pregão é morno e o foco fia para a posse de Trump e quais serão os impactos das novas medidas nesse segundo mandato”.
Em relação ao discurso do presidente Donald Trump, Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, disse que foi bem em linha com vários pontos trocados durante a campanha eleitoral como as tarifas.
“Ele falou de tarifas, o Canal do Panamá e a troca do nome de Golfo do México será Golfo americano. Haverá mudança na parte conservadora de costumes do governo americano. Por enquanto não vejo nenhuma grande medida como novidade, ele direciona a questão de energia para maior exploração de petróleo e gás, enfatizando que quer o país seja ainda mais exportador. Temos de esperar se as primeiras medidas já vão impactar no mercado financeiro”.
Willian Andrade, CIO da gestora Kaya Asset Management, disse que o mundo está de olho nos Estados Unidos com o novo governo de Trump.
“Todo mundo está na expectativa do que será o amanhã, que direção o governo dele [Donald Trump] vai adotar. O mercado tem cautela porque vai ter uma virada mais radical que estávamos aguardando. Será um mandato diferente do primeiro, hoje ele tem maioria no Senado e mais apoio. A tendência é que o país fique mais protecionista e aumente as alíquotas dos impostos sobre importação, e o impacto será global. Acredito que o Brasil vai conseguir quebrar mais essa barreira por ser grande exportador. Se não tiver muito atrito político-ideológico, a gente tende a superar da melhora forma. A curva de juros futuros em queda ajuda a bolsa”.
No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou em queda de 0,36%, cotado a R$ 6,0421 em dia de realização de lucros com a ausência do mercado americano devido ao feriado de Martin Luther King. As atenções se voltaram à posse de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos pela vez.
A moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 6,0295 e a máxima de R$ 6,0865
Paulo Luives especialista da Valor Investimentos, disse que hoje sem o mercado americano por conta do feriado, “o dólar tem movimento de realização, todo mundo atento à posse de Trump. Por aqui, a dinâmica dos DIs futuros também apresenta um dia de fechamento. O mercado está um pouco mais leve. Aquela pressão que estava acontecendo no câmbio está tendo um movimento de arrefecimento”.
Mais cedo, antes de Trump ser empossado, Bruno Komura, analista da Potenza Capital, comentou que o mercado espera um discurso mais de moderado de Trump, que tende a ter um perfil mais conciliador do que o previsto anteriormente.
Com agenda fraca aqui, as taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam em queda com o foco no exterior em dia de posse de Donald Trump e feriado de Martin Luther King – e sem funcionamento do mercado financeiro por lá.
Por volta das 16h45 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2026 tinha taxa de 14,935 de 14,965% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 15,140%, de 15,250%, o DI para janeiro de 2028 ia a 15,080%, de 15,225%, e o DI para janeiro de 2029 com taxa de 15,015% de 15,190% na mesma comparação.
Paulo Holland e Camila Brunelli / Agência Safras News