Na 1a reunião sob comando de Galípolo, Copom deve manter tom hawkish e elevar Selic em 1 ponto percentual

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São Paulo, 28 de janeiro de 2025 – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) se reúne hoje e amanhã para discutir o futuro da taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, para os próximos 45 dias. A decisão será anunciado no final da quarta, a partir das 18h30.

 

Na primeira reunião sob o comando do novo presidente do BC, Gabriel Galípolo, o agravamento da alta do dólar e a subida no preço dos alimentos deverá determinar uma alta de 1 ponto percentual na taxa Selic, para 13,25% ao ano. O aumento foi sinalizado no comunicado da reunião anterior, no início de dezembro.

 

No comunicado da última reunião, em dezembro, o Copom informou que elevaria os juros básicos em 1 ponto percentual nas reuniões de janeiro e de março. Segundo o comitê, o agravamento das incertezas externas e os ruídos provocados pelo pacote fiscal do governo no fim do ano passado justificam o aumento dos juros básicos no início de 2025.

 

O Itaú aposta em alta de 1 ponto e diz que a política monetária mais restritiva deve impactar a economia com mais força a partir do 2T25. “Diante de tal risco, em meio a elevado grau de incerteza, avaliamos que a reação mais provável da autoridade monetária seja não indicar a magnitude dos movimentos para reuniões além da próxima.”

 

Segundo o Itaú, desde a reunião de dezembro, o Copom se deparou com novas rodadas de piora nas divulgações semanais da pesquisa Focus para expectativas de inflação, uma composição mais desafiadora para a inflação corrente, e uma taxa de câmbio que segue pressionada (ainda que com algum alívio na margem). “Tais fatores, em conjunto com os modelos prospectivos de inflação, poderiam justificar a sinalização de ajustes de mesma magnitude para as próximas duas reuniões”, conclui o itaú.

 

A XP acredita que o Copom deve manter uma postura hawkish. Neste cenário, ela acredita que o comitê irá subir as projeções do Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2025 de 4,5% para 5,0%, e de 3,8% para 4,0% no 3º trimestre de 2026 (horizonte relevante de política monetária).

 

Para a XP, a Selic deve subir 1 ponto percentual na reunião desta semana e o mesmo deve ocorrer na reunião de março. Para o encontro de maio, observa, o ajuste deve ficar em aberto.

A Selic terminal projetada é 15,50%.

 

A estimativa da equipe da Suno Research, é de elevação de 1 ponto porcentual (pp) e com tom mais duro, com juro terminal em 2025 a 15,25%, e 2026 a estimativa é de juro terminal em 13,5%.

 

“O comunicado deve manter um tom rigoroso, como observado nos últimos comitês, especialmente devido à contínua deterioração do cenário econômico brasileiro. As projeções de inflação do mercado, assim como as nossas, têm sido constantemente revisadas para cima, e o IPCA deve permanecer acima do limite superior da meta de inflação.

 

Para a Levante, os dados recentes justificam a elevação de um ponto percentual na taxa Selic, que havia sido “contratada” na reunião de dezembro. E os indicadores mostram que o cenário para a inflação não é positivo. “O aperto nos juros não vai parar por aí e os investidores não descartam uma Selic terminal, quando o Banco Central (BC) parar de subir os juros, de cerca de 16 por cento ao ano. Isso já está expresso de maneira bastante clara na edição do Relatório Focus”, completa o documento.

 

Para a Ativa, o resultado o IPCA-15, divulgado na sexta, praticamente confirma uma nova alta de 100bps na Selic. Segundo a Ativa, todos aguardam, entretanto, as perspectivas para as reuniões futuras. “Não está claro se o BC continuará indicando duas altas adicionais de 100bps para os próximos encontros ou se limitará a sinalizar apenas a próxima alta”, ressalta.

 

Safras também aposta que o Copom seguirá o forward guidance explícito do Banco Central, levando a taxa básica para 13,25%.Segundo a consultoria, a decisão reflete a deterioração significativa do ambiente inflacionário, com aceleração de índices de preços, piora nos núcleos e riscos ampliados pela depreciação cambial em um cenário de atividade ainda aquecida. “Além disso, a necessidade de preservar o diferencial de juros frente ao viés restritivo do Federal Reserve reforça a postura contracionista’, completa.

 

Dylan Della Pasqua / Safras News

 

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