‘Brasil está na mínima de desemprego por que está na máxima histórica de investimento privado’, diz Renan Filho

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O Ministro dos Transportes, Renan Filho, durante cerimônia de anúncio do financiamento do BNDES à concessionária EPR Litoral Pioneiro para rodovias do Paraná, no Palácio do Planalto. Brasília (DF). Fotos: Ricardo Stuckert / PR.

São Paulo, 29 de janeiro de 2025 – O ministro dos Transportes, Renan Filho, destacou indicadores econômicos do governo federal em discurso na cerimônia de anúncio de investimentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em rodovias no Paraná. A cerimônia marcou a assinatura do financiamento de R$ 6,38 bilhões do BNDES à concessionária EPR, que administra o Lote 2 de rodovias do Paraná, investimentos que integram o Novo PAC, e teve a participação do presidente Luís Inácio Lula da Silva, dos ministros Rui Costa, Geraldo Alckmin, Silvio Costa e do presidente do BNDES, Aloisio Mercadante, entre outras autoridades.

“Os investimentos em infraestrutura têm sinergia com vários outros setores produtivos e geram emprego. É por isso que estamos na mínima histórica de desemprego. Tem gente que teima em esconder a realidade. O Brasil está na mínima de desemprego por que está na máxima histórica de investimento privado. Também está na máxima de consumo das famílias, com programas sociais para quem tem muito pouco para sustentar sua própria família, mas também com o crescimento orgânico da renda do trabalho. O que garante que a gente tenha força no investimento e força no consumo”, discursou o ministro.

Renan Filho também afirmou que o governo vai cumprir a meta de inflação em 2025 e 2026. “O governo vai cumprir a meta de inflação. Vai cumprir em 2025 e em 2026. O governo que cumpre a meta de inflação, não discute se ela é alta ou se é baixa. Nós cumprimos a meta.”

Segundo o ministro dos Transportes, no ano passado, o governo ficou “um pouquinho acima da meta”, mas vai cumprir nos demais e chegará ao final do governo crescendo “nas máximas históricas” de investimentos, de consumo e da renda do trabalho e pelo alta taxa de emprego.

“Com isso, é impossível torcer contra a economia brasileira. A safra bate recordes todos os anos, o Minha Casa, Minha Vida impulsionou o mercado privado e o BNDES impulsiona todos os setores”, exaltou Renan.

O ministro também destacou a condição de saúde do presidente Lula e disse que ele vem cobrando muito os ministros, principalmente Rui Costa.

Renan Filho disse que, no final do ano passado, tentaram colocar o tempo inteiro que o dólar tinha subido somente no Brasil por causa de um problema fiscal, quando na verdade, o Brasil cumpriu as regras do arcabouço fiscal. “O Brasil teve o resultado fiscal dentro do intervalo garantido”.

“Mas o dólar veio de R$ 6,20, lá no topo, ontem fechou a R$ 5,86. E o que mudou? Nada. A única coisa que mudou é que as pessoas estão conhecendo mais de perto como vai ser o governo dos Estados Unidos. E eles estavam com mais medo ainda do que poderia gerar para o planeta. Então, o dólar está convergindo, vai convergir”, garantiu o ministro.

Renan Filho disse que “esse ano os resultados do Brasil vão oferecer inflação na meta, Banco Central atuando para isso, como tem dito o presidente, vão oferecer o Brasil continuar crescendo e a nossa infraestrutura avançando muito”.

O ministro disse que o Paraná vai dar um salto com a concessão, que integra rodovias estaduais e federais, e ainda terá mais dois leilões em 2025. Hoje foi assinado o contrato de apenas um dos quatro lotes leiloados. Esse ano, serão leiloados os dois últimos lotes de rodovias do estado do Paraná. Segundo Renan, o governo anterior investiu apenas R$ 203 milhões nas rodovias do Paraná, ante R$ 500 milhões do governo atual em 2024 e atraiu R$ 40 bilhões privados com os leilões realizados.

“O estado do Paraná vai captar o maior volume de investimentos em rodovias da sua história. Serão investidos R$ 60 bilhões para modernizar a infraestrutura e garantir mais segurança para as pessoas”, disse o ministro.

Investimento de R$ 6,4 bi vai aumentar em até 60% a capacidade de escoamento ao porto de Paranaguá, diz ministro

Em entrevista a jornalistas, o ministro dos Transportes, Renan Filho, disse que o empréstimo de R$ 6,4 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) à concessionária EPR Litoral Pioneiro, que administra o Lote 2 de rodovias do Paraná, será importante para o desenvolvimento da chegada ao porto de Paranaguá, com o recebimento de mais uma faixa na rodovia duplicada e a duplicação de vários trechos. “Isso vai permitir aumentar 50% a 60% a capacidade de escoamento à produção, com mais segurança para as pessoas. E coloca o Brasil, com o papel do BNDES e dos ministérios nas concessões, na condição de recorde de investimento privado aferido no ano 2024, e que será batido em 2025 e 2026”, disse Renan.

Renan Filho disse que as obras que serão realizadas pela EPR nas rodovias que conectam a capital ao litoral, Campos Gerais e Norte Pioneiro Paraná, – que incluem a duplicação de mais de 350 quilômetros de pistas duplicadas, 138 quilômetros de faixas adicionais e 73 quilômetros de vias marginais – serão importantes para as exportações brasileira e produtores do agronegócio. “Quando um caminhão chega em Curitiba, ele tem que descer uma serra muito íngreme para chegar ao porto de Paranaguá, como as que existem em vários estados, como a famosa descida para Santos (SP). E a rodovia precisa de investimentos vultosos para garantir fluxo, velocidade média superior e, por consequência, mais capacidade de exportação. Então, esses investimentos vão ajudar muito a capacidade do Paraná exportar a sua própria produção e a de estados vizinhos, como o Mato Grosso do Sul e do Mato Grosso”, explicou.

O presidente do BNDES, Aloisio Mercadante, disse que as melhorias nas rodovias que dão acesso ao porto de Paranaguá reduzirão em 1 hora o trajeto de Curitiba ao terminal e em 10% o consumo de combustível. “Essa carga toda do Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e um pedaço de Goiás será escoada com muito mais produtividade e com um ganho de eficiência espetacular, que também estamos fazendo em outros estados”, disse Mercadante.

Em relação à concessão da EPR, o presidente do BNDES disse que o custo de R$ 6,4 bilhões das obras previstas, se jogado no balanço da concessionária, faria a empresa não participar de outro leilão, pois estaria “totalmente engessada” para captar outro financiamento. “Então, a grande inovação que vai permitir manter esse ritmo dos leilões, garantir o financiamento à construção, é que nós colocamos toda a garantia, em cartas-fianças, no risco construtivo. Por que é uma obra complexa, em risco de engenharia. Então, temos carta-fiança dos bancos privados durante um período”, ressaltou.

“Segundo, dos R$ 6,4 bi, mais de R$ 5 bilhões foram captados via debêntures do mercado. Então, é o próprio investidor que vai investir e trazer recursos para essa obra, com garantias dos melhores bancos do Brasil. E temos como garantia do BNDES o pedágio. Ele é resiliente, já tem uma história de concessão. Então, você sabe que tem uma receita assegurada no serviço pela importância dessa estrada, tem volume de tráfego, tem a segurança de que a receita está assegurada. Então, a EPR dá como garantia o pedágio”, detalhou Mercadante, ressaltando que não é um modelo que dá para fazer em qualquer rodovia.

A tarifa de pedágio média da concessão é 31% inferior em relação à praticada nas concessões anteriores.

INVESTIMENTOS

O governo federal anunciou, na manhã desta quarta-feira, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o financiamento de R$ 6,4 bilhões para obras que vão qualificar e modernizar 605 quilômetros de estradas no Paraná. O BNDES aprovou o apoio à concessionária EPR Litoral Pioneiro, responsável por administrar rodovias que conectam o litoral, Campos Gerais e Norte Pioneiro Paraná. São R$ 829 milhões em financiamento direto e R$ 5,55 bilhões em emissão de debêntures. A operação financeira foi assessorada pelo Bradesco BBI.

O Ministério dos Transportes informou que, ao longo dos 30 anos de concessão, os investimentos são estimados em R$ 16 bilhões, sendo R$ 10,5 bilhões em expansão e melhorias e R$ 5,5 bilhões em manutenção. O segmento inclui, além das federais BR-153, BR-277 e BR-369, diversos trechos de rodovias estaduais e atende 27 cidades paranaenses, incluindo Curitiba.

A malha concedida conta com quatro praças de pedágio em operação e outras duas em implantação. O trecho operado é um importante corredor logístico do Paraná. Conecta a Região Metropolitana de Curitiba ao litoral e ao Porto de Paranaguá, com importante papel no transporte da produção agrícola.

O contrato de concessão prevê um amplo pacote de melhorias na infraestrutura rodoviária. Abrange desde recuperação, manutenção e conservação das vias até a ampliação de capacidade e modernização de trechos estratégicos.

A concessionária oferece serviços essenciais de atendimento aos usuários, com socorro médico e mecânico 24 horas. Um dos destaques do contrato é a implantação de um sistema de operações especiais no Porto de Paranaguá, que inclui a remodelação de pistas e conexões para garantir mais fluidez e segurança nos períodos de maior movimentação. Serão 105 mil empregos diretos e indiretos ao longo da concessão, sendo 43 mil durante os primeiros cinco anos.

O ministro da casa Civil, Rui Costa, destaca que assegurar transporte eficiente e sustentável é uma das prioridades do Novo PAC. “Esse anúncio representa a união de esforços que estamos promovendo, captando investimentos privados e garantindo apoio público a iniciativas de infraestrutura. O projeto permitirá a redução de custos logísticos e o benefício direto à população, que continuará pagando menos pedágio que concessões anteriores”, afirmou.

“Com essa ação, o Governo Federal, por meio do BNDES, está viabilizando um projeto que contribui para superar gargalos em infraestrutura e mobilidade, promove a conectividade inclusiva, reduz a geração de efluentes e evita emissões de gases de efeito estufa, além de garantir uma das principais vias de escoamento da safra do Paraná”, afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

As intervenções previstas trarão melhorias significativas na trafegabilidade e segurança da Serra do Mar (BR-277). A criação de faixas adicionais e as obras de adequação garantirão mais fluidez ao tráfego, reduzindo os tempos de viagem e minimizando os riscos de acidentes. “A concessão moderniza o corredor logístico do Porto de Paranaguá e promove o desenvolvimento do litoral e das regiões de Campos Gerais e Norte Pioneiro. Essa operação é um marco que reforça o compromisso em entregar resultados com eficiência, segurança e responsabilidade”, finaliza José Carlos Cassaniga, diretor-presidente da EPR.