São Paulo, SP – Os índices futuros americanos abriram em queda e as bolsas europeias em instabilidade. A semana termina com os investidores de olho na divulgação do relatório de empregos (payroll) de janeiro. Segundo analistas consultados pela Safras News, a previsão é a criação de 169 mil vagas, após a abertura de 256 mil postos em dezembro e a taxa
de desemprego deve se manter em 4,1%. Os analistas estarão atentos, principalmente, nas revisões dos meses anteriores, que podem minar a imagem de um mercado de trabalho aquecido.
Para o Bank of America (BofA), o payroll de janeiro será impactado pelos incêndios florestais e tempestades de neve, pela possível sazonalidade residual e pelas revisões anuais. “Veremos valor de sinal no número de empregos fora da tendência (outlier), nas grandes revisões no crescimento recente de empregos, além de uma outra possível queda ou um aumento significativo na taxa de desemprego”, apontou o BofA.
Os salários em janeiro devem ter uma alta semelhante à registrada em dezembro. Projeções feitas pela Safras News mostram uma alta de 0,3% nos ganhos por hora em base mensal e de avanço de 3,7% em base anual. Em dezembro, o salário médio por hora no setor privado somou US$ 35,69, alta de 0,3% ante os US$ 35,59 registrados em novembro e elevação de 4% em comparação aos US$ 34,34 em dezembro do ano anterior.
Ontem foram divulgados os dados sobre novos pedidos de seguro desemprego, que subiram em 11 mil para 219 mil na semana encerrada em 1 de fevereiro, após ter alcançado 207 mil na semana anterior (dado revisado). A previsão era de 214 mil pedidos. Durante a semana saíram outros dois números sobre o emprego nos EUA, pesquisa ADP, sobre as contratações do setor privado, e relatório de emprego e vagas Jolts. A ADP apontou que os EUA criaram 183 mil vagas de trabalho em janeiro, excluindo o setor rural. Analistas esperavam a criação de 150 mil vagas. O número de vagas criadas em dezembro subiu para 176 mil após revisão. Já o Jolts apontou que os EUA registraram 7,600 milhões de postos de trabalho abertos no último dia útil de dezembro, uma queda em relação aos 8,156 milhões registrados um mês antes (dado revisado).
Para Lorie Logan, presidente do (Fed, o banco central norte-americano) de Dallas, cortes nas taxas de juros só devem ocorrer se houver um resfriamento significativo no mercado de trabalho. Em discurso preparado para uma conferência na Cidade do México ontem (6), Logan destacou que, mesmo com a inflação se aproximando da meta de 2%, o Fed pode manter as taxas elevadas por “um bom tempo” se o mercado de trabalho permanecer forte. Ela argumentou que a combinação de inflação em desaceleração e um mercado de trabalho resiliente sugere que a política monetária atual já está próxima da taxa neutra, sem espaço para cortes imediatos.
Por aqui, hoje foi divulgado o Indice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que subiu 0,11% em janeiro. No mês de dezembro, a taxa havia sido de 0,87%. Com este resultado, o índice acumula alta de 7,27% em 12 meses. Em janeiro de 2024, o IGP-DI havia caído 0,27% e acumulava queda de 3,61% em 12 meses.
“A queda nos preços de commodities essenciais, como soja, minério de ferro e milho, contribuiu para a desaceleração da inflação ao produtor. No varejo, a inflação se manteve estável, refletindo a queda nos preços da energia e os aumentos nos grupos de alimentação e transportes. Já o INCC acelerou devido aos reajustes captados para a mão de obra”, destacou André Braz, economista do FGV IBRE.
Em janeiro, o Indice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 0,03%, porém registrando um recuo expressivo, quando comparada a taxa de 1,08% observada em dezembro. Analisando os diferentes estágios de processamento, percebe-se que o grupo de Bens Finais variou 0,04% em janeiro, registrando taxa inferior em relação ao mês anterior, quando subiu 0,79%.
Após a divulgação dos balanços do quarto trimestre de 2024 do Itaú Unibanco, Santander, CCR e Multiplan, hoje será a vez dos resultados do Bradesco e São Martinho. Na semana que vem serão divulgados os balanços do BTG Pactual, TIM, Totvs, Raízen, Suzano, Porto Seguro e Usiminas.
No setor corporativo, o Bradesco divulgou hoje o balanço do quarto trimestre de 2024 (4T24), com lucro líquido recorrente de R$ 5,4 bilhões, alta de 87,7% em relação ao mesmo período de 2023 (4T23). Em todo o ano passado, lucro líquido recorrente foi de R$ 19,7 bilhões, alta de 20% em relação a 2023. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROAE) foi de 12,7%, alta de 5,8 pontos percentuais em relação ao 4T23. Em 2024, retorno sobre o patrimônio líquido (ROAE) foi de 11,7%, crescimento de 1,7 ponto percentual em comparação a 2023.
A Ultrapar informou que o valor total do seu plano de investimentos para 2025 será de R$ 2,542 milhões, o que representa uma queda de R$ 136 milhões em relação ao plano divulgado para 2024, principalmente devido à conclusão de expansões da Ultracargo. A parcela de investimentos em expansão (60% do total) prioriza investimentos para a continuidade do crescimento dos negócios, por meio de aumentos de capacidade e capilaridade, ganhos de eficiência e produtividade.
A CCR divulgou na noite de ontem o balanço do quarto trimestre de 2024 (4T24), com lucro líquido ajustado de R$ 360 milhões, queda de 8,6% em relação ao mesmo período de 2023 (4T23). Em todo o ano passado, lucro líquido ajustado foi de R$ 1,78 bilhão, alta de 25,7% em relação a 2023. O Ebitda ajustado foi de R$ 2 bilhões, alta de 5,2% na comparação com o 4T23. Em todo o ano passado, o Ebitda ajustado foi de R$ 8,28 bilhões, alta de 6,6% em relação a 2023
A Multiplan divulgou na noite de ontem o balanço do quarto trimestre de 2024 (4T24), com lucro líquido de R$ 512 milhões, alta de 69,4% em relação ao mesmo período de 2023 (4T23). Em todo o ano passado, lucro líquido foi de R$ 1,34 bilhão, alta de 31,4% em relação a 2023. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 666 milhões, alta de 69,6% na comparação com o 4T23.