RADAR DO DIA: Trump na ofensiva; Powell no Congresso; IPCA de janeiro no Brasil

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São Paulo, SP – Os índices futuros americanos abriram em queda e as bolsas europeias em instabilidade. A notícia que estampa as manchetes dos principais jornais de hoje é que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou o aumento significativo nas tarifas de importação de aço e alumínio, elevando-as para 25%, sem exceções ou isenções. A medida, que entra em vigor em 4 de março, visa proteger as indústrias domésticas, mas pode intensificar as tensões comerciais globais. Trump também prometeu implementar tarifas recíprocas contra países que impõem taxas sobre produtos americanos, incluindo carros, semicondutores e produtos farmacêuticos.

A nova política elimina acordos de cotas e isenções específicas que antes beneficiavam países como Canadá, México e Coreia do Sul. Além disso, estabelece um padrão norte-americano para aço e alumínio, exigindo que os metais sejam fundidos e moldados na região para evitar a importação de produtos minimamente processados da China e da Rússia. O assessor comercial de Trump, Peter Navarro, afirmou que a medida visa acabar com o “dumping” estrangeiro e fortalecer a segurança econômica e nacional dos EUA.

Trump também planeja anunciar tarifas recíprocas contra países que taxam produtos americanos, destacando a discrepância entre as tarifas da UE sobre carros (10%) e as dos EUA (2,5%). Enquanto isso, a India prepara cortes tarifários antes de uma reunião com Trump, buscando melhorar as relações comerciais. A medida reflete a postura agressiva de Trump em relação ao comércio internacional, mesmo diante de possíveis retaliações.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, prometeu “contramedidas firmes e proporcionais” em resposta à decisão dos EUA. Von der Leyen criticou a decisão, afirmando que tarifas são impostos que prejudicam negócios e consumidores, e destacou que as exportações de aço da União Europeia (UE) para os EUA somam cerca de 3 bilhões de euros anuais.

A UE está considerando reativar as tarifas impostas em 2018, que foram suspensas após um acordo entre Von der Leyen e o ex-presidente dos EUA, Joe Biden. Essas tarifas, que afetam produtos como uísque, motocicletas e suco de laranja, estão suspensas até o final de março. O chefe de comércio da UE, Maros Sefcovic, descreveu a decisão dos EUA como um “cenário de perda-perda” e afirmou que a Comissão está avaliando o alcance das medidas americanas e a resposta adequada da UE.

Setores relevantes do governo Lula relataram à CNN Brasil que o melhor caminho para lidar com a decisão de Trump é partir para uma negociação tal qual foi feita durante os governos Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL). Esse caminho eliminaria duas outras possibilidades. A primeira, seria recorrer a uma esvaziada Organização Mundial do Comércio (OMC), que seria uma medida na prática inócua, além de ser um gesto que demonstraria interesse em gerar um contencioso com Trump. A segunda, seria retaliar impondo sobretaxas a produtos americanos. Essa medida, segundo relatos de integrantes do governo, não resolveria a questão dos exportadores de aço brasileiro e também sinalizaria uma disposição para o confronto. Algo considerado negativo, tendo em vista que
Trump acaba de assumir.

Já autoridades chinesas estão montando uma lista de empresas de tecnologia dos Estados Unidos que podem ser alvo de investigações antitruste e outras medidas, na esperança de influenciar executivos do setor, que têm forte presença no círculo do presidente Trump. Pessoas familiarizadas com a estratégia de Pequim afirmam que o objetivo é acumular o maior número possível de cartas para usar nas esperadas negociações com o governo Trump sobre questões entre Estados Unidos e China, incluindo as tarifas impostas por Trump sobre produtos chineses.

Ainda hoje, investidores também ficam de olho no discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, Banco Central dos Estados Unidos), Jerome Powell, no Congresso dos EUA. Amanhã ele discursará no Senado. Além de Powell, o mercado também aguarda com expectativa os dados do indice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), na quarta-feira (12), e o indice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês), na quinta-feira.

Por aqui, toda a atenção está voltada para a divulgação do Indice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro, que deve subir 0,16% ante dezembro. No acumulado de 12 meses, até janeiro, a alta projetada é de 4,57%. As estimativas foram calculadas pelo Termômetro CMA. As previsões de dez instituições financeiras consultadas para o resultado mensal variam entre 0,07% e 0,17%, com a média das projeções em 0,14%. No acumulado de 12 meses, as previsões de dez “casas” consultadas variam entre 4,47% e 4,65% (média em 4,56%).

O IPCA-15, considerado a prévia da inflação oficial do país, registrou uma alta de 0,11% nos preços em janeiro. Nos últimos 12 meses, a variação do IPCA-15 foi de 4,50%, abaixo dos 4,71% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em janeiro de 2024, o IPCA-15 foi de 0,31%. Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram resultado positivo em janeiro. O grupo Alimentação e bebidas apresentou a maior variação, 1,06%, e o maior impacto, 0,23 ponto percentual (p.p.), no índice do mês.

No setor corporativo, a TIM divulgou na noite de ontem o balanço do quarto trimestre de 2024 (4T24), com lucro líquido normalizado de R$ 1,05 bilhão, alta de 17% em relação ao mesmo período de 2023 (4T23). Em 2024, o lucro líquido normalizado foi de R$ 3,16 bilhões, alta de 17,1% em comparação a 2023. Foi o sétimo trimestre consecutivo com crescimento anual de dois dígitos.

A TIM informou que seu conselho de administração aprovou a distribuição de R$ 200 milhões em juros sobre capital próprio (JCP). O valor bruto por ação é R$ 0,082624038. O pagamento ocorrerá até o dia 22 de abril de 2025, sem a aplicação de qualquer índice de atualização monetária, considerando-se a data de 17 de fevereiro de 2025 como data de corte para fins de identificação dos acionistas com direito a receber tais valores.

A Oi S.A. em Recuperação Judicial, informou que foi realizada nesta segunda-feira, no Juízo da 7a Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro, o Juízo da Recuperação Judicial, a audiência para abertura de propostas fechadas apresentadas no âmbito do procedimento competitivo de alienação da UPI TV por Assinatura, conforme previsto do seu Plano de Recuperação Judicial e no respectivo edital de alienação judicial. Durante a audiência, verificou-se a existência de apenas uma proposta fechada para aquisição da UPI TV por Assinatura, a qual foi apresentada pela Mileto Tecnologia S.A. nos exatos termos e condições da proposta vinculante para aquisição da UPI TV por Assinatura por esta apresentada, no valor de até R$ R$ 30 milhões.

O conselho de administração da Itaúsa aprovou pagar, em 7 de março, R$ 6,6 bilhões em
proventos, sendo R$ 1,1 bilhão em em juros sobre capital próprio (JCP), declarados nesta data, correspondentes a R$ 0,1011 por ação (R$ 0,085935 líquidos por ação), considerando a posição acionária final do dia 17.02.2025; R$ 4,4 bilhões em dividendos, declarados nesta data, correspondentes a R$ 0,40815 por ação, considerando a posição acionária final do dia 17.02.2025; e R$ 1,1 bilhão em JCP, declarados em 16.09.2024 e 06.12.2024, conforme anteriormente divulgados, que somados correspondem a R$ 0,1065 por ação (R$ 0,090525 líquidos por ação).

A Cosan, em resposta a ofício enviado pela B3, por meio do qual solicita esclarecimentos sobre a notícia veiculada pelo jornal Valor Econômico sob o título Cosan planeja venda da Raízen Power e levantar capital para a Rumo, diz jornal, a companhia disse que “a decisão acerca de vendas de ativos compete às próprias companhias, mediante aprovação de seus órgãos competentes” e que “quaisquer informações que referidas companhias entendam relevantes ao mercado serão realizadas no âmbito de suas próprias divulgações”.

A empresa finlandesa de papel e celulose Stora Enso ampliou o prejuízo no quarto trimestre 2024, ficando em 379 milhões de euros. Na mesma base de comparação, a receita subiu 6,8%, para 2,322 bilhões de euros. No entanto, em todo o ano de 2024, o prejuízo foi de 183 milhões de euros, menor que os 431 milhões de euros de 2023. As receitas somaram 9,049 bilhões de euros, 3,7% no mesmo período.