RADAR DO DIA: Inflação nos EUA; Varejo no Brasil; prioridades do governo para 2024-2025

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São Paulo, SP – Os índices futuros americanos abriram em queda e as bolsas europeias em alta. O mercado ainda analisa o resultado do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos, referente a janeiro, divulgado ontem. O CPI subiu 0,5% na
comparação com o mês anterior, já descontados os fatores sazonais. O número veio acima da previsão do mercado, que era de alta de 0,3% em base mensal. Em dezembro, o índice havia subido 0,4% em relação a novembro. Hoje saem os dados do índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) e os novos pedidos de seguro-desemprego.

Na comparação mensal, o núcleo do índice de preços ao consumidor, que exclui a variação dos preços de alimentos e energia, subiu 0,4% em janeiro, abaixo dos 0,2% registrados em dezembro. Nos 12 meses encerrados em janeiro, o núcleo do índice de preços ao consumidor subiu 3%. Os novos dados de inflação diminuem a probabilidade de que o Federal Reserve inicie cortes de juros em breve e agora aumentam os temores de que o próximo movimento possa até ser uma alta.

Falando ao Comitê de Serviços Financeiros da Câmara, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que o relatório de inflação é um lembrete de que o banco central fez grande progresso na meta de trazer a inflação para 2%, mas que ainda não chegou lá. “Queremos manter a política monetária restritiva por enquanto”, disse Powell, em sua segunda aparição no Capitólio nesta semana.

Seus comentários reforçam a mensagem dada na terça-feira ao Comitê Bancário do Senado, quando afirmou que o Fed não tem pressa para cortar os juros. Apesar disso, o presidente Donald Trump disse ontem, antes da divulgação do CPI, que as taxas de juros deveriam ser reduzidas. Investidores também mantêm no radar os desdobramentos das medidas anunciadas por Trump, que confirmou elevar em 25% as tarifas de importação de aço e alumínio, sem exceções ou isenções. A medida, que entra em vigor em 4 de março, visa proteger as indústrias domésticas, mas pode intensificar as tensões comerciais globais. Trump também prometeu implementar tarifas recíprocas contra países que impõem taxas sobre produtos americanos, incluindo carros, semicondutores e produtos farmacêuticos.

Para Raphael Bostic, presidente do Fed Atlanta, não está claro quando o Fed poderá cortar as taxas de juros novamente, dada a incerteza em torno da trajetória da inflação e das possíveis mudanças nas políticas tarifárias e outras medidas da administração Trump. Bostic destacou que os dados recentes mostram um salto na inflação em janeiro, enquanto o governo impõe novas tarifas extensivas sobre metais básicos e outros produtos, criando um ambiente econômico complexo e imprevisível. Bostic comparou a situação atual a um “nevoeiro” que dificulta a visão sobre o cenário econômico, sugerindo que o próximo corte de juros pode ocorrer mais tarde do que o esperado.

Por aqui, hoje pela manhã foi divulgado o desempenho setor de Varejo de dezembro, que excluem veículos e material de construção, que recuou 0,10% ante novembro, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A queda ficou próxima à previsão de -0,20%, conforme mediana das estimativas coletadas pelo Termômetro Safras. Na comparação com dezembro de 2023, as vendas no varejo subiram 2%, abaixo das estimativas de +3,20 coletadas pelo Termômetro Safras. Deste modo, o Varejo fechou 2024 com alta de 4,70%, enquanto a média móvel trimestral foi nula.

Em Brasília, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, entregou ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB) a agenda de pautas prioritárias do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para os próximos dois anos. Entre as propostas destacadas está a reforma da renda, que propõe a isenção do Imposto de Renda para pessoas que ganham até R$ 5 mil. “O nosso prazo é aprovar ao longo do ano de 2025, nós queremos que ela esteja valendo para 2026, a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil”, ressaltou Padilha, após o encontro com Motta.

No setor corporativo, a Totvs obteve lucro líquido consolidado de R$ 189,5 milhões no quarto trimestre de 2024 (4T24), alta de 50,2% na comparação anual. No ano, o lucro líquido consolidado totalizou R$ 735,4 milhões, queda de 3,8% em relação ao registrado em 2023. Em bases ajustadas, o lucro líquido atingiu R$237 milhões no 4T24, crescimento de 42% sobre o 4T23 e com a margem líquida ajustada de 16,5%, 270 pontos base acima do 4T23. Este desempenho foi impulsionado, majoritariamente, pelo crescimento de 33% no ebitda ajustado Gestão+RD.

A B3 informou que o volume financeiro médio diário do segmento listado de ações totalizou R$ 30,037 bilhões no mês de dezembro do ano passado, aumento de 18,8% na comparação anual, segundo destaques operacionais da companhia no mês passado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Em relação ao mês anterior, houve um aumento de 13,6%.

O prejuízo líquido da Suzano somou R$ 6,74 bilhões no quarto trimestre de 2024, após lucro de R$ 4,515 bilhões um ano antes (4T23) e contra lucro líquido de R$ 3,237 bilhões no trimestre anterior (3T24). A variação negativa observada em relação ao 3T24 ocorreu em função da variação negativa no resultado financeiro, por sua vez explicada pelo impacto negativo da valorização cambial sobre a dívida e operações com derivativos (em contrapartida ao resultado positivo observado no trimestre anterior); além da elevação do CPV e SG&A, explicou a empresa em seu relatório trimestral. Esses efeitos foram parcialmente compensados pela receita de IR/CSLL diferido (incidentes principalmente sobre os resultados negativos de variação cambial sobre dívida e marcação dos derivativos), pela elevação da receita líquida e pela variação positiva na rubrica de outras receitas/despesas operacionais, por sua vez em função da reavaliação do ativo biológico.

A Klabin realizou o pagamento antecipado de Nota de Crédito à Exportação (NCE), com vencimento original em maio de 2026, no valor de R$1,6 bilhão, incluindo o montante total do financiamento e liquidação de swap atrelado a NCE.

A Petrobras assinou dois memorandos de entendimento (MOU) com empresas de Energia da India para cooperação em diferentes áreas. Nesta quarta-feira, 12/2, durante reunião com o Ministro de Petróleo e Gás Natural do país, Hardeep Singh Puri, em Nova Delhi, a presidente Magda Chambriard assinou memorando com a ONGC, empresa estatal indiana focada em projetos de E&P.

A Petrobras assinou Termo de Cooperação (TC) com a Marinha, no valor de R$100 milhões, para expansão da Rede de Modelagem e Observação Oceanográfica (REMO). Entre os objetivos estão reduzir o custo de monitoramento por boias – tradicionalmente usadas para coletar dados -, expandir o monitoramento da costa brasileira, da Bacia de Pelotas, na região Sul, até a Margem Equatorial, contribuir para ampliar o conhecimento sobre o extenso litoral brasileiro, além de qualificar o uso de veículos autônomos de superfície e subsuperfície. A duração do TC é de cinco anos.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, participa na tarde desta sexta-feira (14), às 16 horas, do anúncio de investimento de R$70 bilhões da Vale na expansão da mineração de ferro e cobre em Carajás, no município de Parauapebas (PA). É um investimento a ser realizado de 2025 a 2030. No local, a Vale apresentará o projeto ‘Novo Carajás’. A presença dos ministros da Casa Civil, Rui Costa, e de Minas e Energia, Alexandre Silveira, está prevista no evento.

A Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) indica que em
janeiro, o faturamento das indústrias de materiais deve apresentar retração de 0,2% sob o mês de dezembro. Na comparação com janeiro de 2024, no entanto, deve ocorrer expansão de 0,6%. A projeção de fechamento para 2025 é de crescimento de 2,8%.Os dados fazem parte da nova edição da pesquisa Indice da entidade, elaborada pela Fundação Getulio Vargas (FGV) com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apresentando números de faturamento do setor.