Por Flávya Pereira
São Paulo – A prévia da inflação oficial no país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), subiu 0,09% em outubro, em linha com a alta de 0,09% apurada em setembro, no menor resultado para o mês desde 1998, quando registrou ligeira alta de 0,01%. O valor mensal ficou acima da mediana das expectativas do mercado financeiro, de +0,05%, conforme o Termômetro CMA.
Com isso, o IPCA-15 acumula altas de 2,69% no ano e de 2,72% nos últimos 12 meses, até este mês. O resultado no período de 12 meses também ficou acima da mediana das estimativas, de +2,68%. As informações foram divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o IBGE, dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, seis apresentaram inflação, na passagem de setembro para outubro, sendo que o destaque ficou com o grupo
Saúde e cuidados pessoais, que teve a maior alta (de +0,09% para +0,85%), e o maior impacto positivo, de 0,10 ponto percentual (pp), influenciado pela alta nos itens de higiene pessoal (+2,35%), além da inflação do avanço nos preços dos produtos farmacêuticos , que passaram de queda de 0,23% em setembro para alta de 0,54% neste mês.
Na sequência, vem o grupo de Transportes subiu de 0,09% para 0,35%, com impacto de 0,06 pp, puxado pela gasolina (de -0,06% para +0,76%) exibindo altas de 0,18% na região metropolitana de Porto Alegre até 2,15% em Fortaleza. O óleo diesel avançou 3,33%, enquanto o etanol e o gás veiculas subiram 0,52% e 0,23%, respectivamente, levando o resultado do item combustíveis a uma alta de 0,77%.
Na outra ponta, o grupo Alimentação e bebidas registrou deflação pelo terceiro mês seguido (de -0,34% para -0,25%) e contribuiu com o maior impacto negativo no IPCA-15 do período (-0,06 pp). A influência vem das quedas da cebola (-17,65%), batata-inglesa (-14,00%) e tomate (-6,10%). Na outra ponta, as carnes passaram de queda de 0,38% em setembro para alta de 0,59% em outubro. Já a alimentação fora do domicílio ficou estável (0,00%) ante o mês anterior, porém, enquanto a refeição caiu 0,13%, o lanche subiu 0,20%.
O grupo Habitação, por sua vez, acompanhou o grupo anterior e registrou deflação (-0,23%) ante avanço de 0,76% no mês anterior, refletindo a queda observada no item energia elétrica (-1,43%) após a mudança da cobrança de bandeira tarifária vermelha para amarela. À exceção, porém, das regiões metropolitanas de Salvador (+2,52%), enquanto Fortaleza recuou 3,31%.
Entre os demais grupos que registraram inflação, outro destaque foi Despesas pessoais (de +0,10% para +0,16%), Vestuário (de +0,58% para +0,14%) e educação (de +0,04% para +0,09%), enquanto Comunicação ficou estável (0,00%). Artigos de residência, por sua vez, caiu -0,21%, de -0,40% em setembro.
Quanto aos índices regionais, os preços caíram em três das 11 áreas pesquisadas em outubro em relação a setembro. O menor resultado ficou com a região metropolitana de Fortaleza (-0,08%), por causa da queda observada na energia elétrica, enquanto o maior ficou com Belém (+0,28%), influenciado pelas altas dos itens de higiene pessoal (+1,89%) e do gás de botijão (+3,58%). São Paulo registrou alta de 0,06%.