por Júlio Viana
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, disse que fica “feliz que a Câmara dos Comuns tenha concordado com o acordo proposto”, mas que está “decepcionado que ela tenha votado por atrasar sua aprovação”.
Por isso, ele anunciou que “a legislação do projeto está pausada até a União Europeia decidir quanto tempo poderá dar a mais para a aprovação do acordo”.
Segundo Johnson, ele irá conversar com os membros do bloco para verificar se eles estariam dispostos a estender o prazo para a saída do Reino Unido.
No entanto, ele afirmou que a decisão da Câmara era “um erro” e que isso levaria a um divórcio sem acordo da União Europeia. Como precaução, ele afirmou que “o governo irá acelerar as preparações para um cenário onde nenhum tratado será feito”.
O discurso foi uma resposta à derrota sofrida pelo primeiro-ministro ao tentar passar uma proposta de cronograma para aprovação do acordo de saída do Reino Unido pelo parlamento até o fim do mês.
Poucos minutos antes, a Câmara dos Comuns havia dado seu primeiro sinal positivo sobre a questão ao aprovar o acordo proposto por Johnson por 329 votos a favor contra 299 contrários.
Segundo os legisladores disseram, seria necessário mais tempo para considerar o acordo de divórcio de 110 páginas e decidir como poderão alterá-lo.
No início do dia, Johnson disse aos parlamentares que retiraria completamente o acordo e convocaria eleições se o Parlamento pretendesse levar a ratificação para além do final do ano.
Johnson pediu à Câmara dos Comuns para finalmente resolver o divórcio com a UE mais de três anos após os britânicos votarem para deixar o bloco. “Não vou permitir mais meses disso”, disse ele.
O governo britânico disse já ter escrito à UE para pedir um adiamento na data do Brexit. Autoridades da UE dizem que, embora seu eventual acordo seja provável, eles estão esperando para ver como o Brexit se sairá no Parlamento antes de conceder uma prorrogação.