MERCADO AGORA: Veja um sumário do comportamento dos negócios até o momento

786

Por Danielle Fonseca, Flavya Pereira e Olívia Bulla

São Paulo – O Ibovespa opera em alta nesta manhã acompanhando o tom otimista das bolsas norte-americanas em meio a sinais de avanços nas negociações comerciais entre China e Estados Unidos, além de ser puxado pelas ações de bancos, que mostram valorização na expectativa de divulgação de seus resultados trimestrais.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 0,54% aos 107.950,01 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 7,2 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em dezembro de 2019 apresentava avanço de 0,53% aos 108.650 pontos.

“Estamos acompanhando o cenário internacional, com notícias sobre avanços entre Estados Unidos e China. Os bancos também estão performando bem com expectativas sobre balanços”, disse o analista da Terra Investimentos, Régis Chinchila.

As bolsas norte-americanas abriram em alta hoje, sendo o que o índice S&P 500 bateu seu recorde histórico na abertura. A administração do presidente norte-americano Donald Trump afirmou, na sexta-feira, que está perto de finalizar partes do acordo comercial. Além disso, as empresas Walgreens Boots Alliance, AT&T e Spotify divulgaram hoje resultados financeiros trimestrais melhores do que o esperado.

No Brasil, também há perspectiva de bons resultados ao longo da semana, com destaque para os de bancos, como do Bradesco (BBDC4 1,87%) na quinta-feira (31) e cujas ações estão entre as maiores altas do Ibovespa. As ações do Itaú Unibanco (ITUB4 1,49%) são outras que sobem hoje e estão na sua máxima histórica, sendo que o banco divulgará seus dados trimestrais na próxima segunda-feira (4).

O dólar comercial ampliou a queda e opera no patamar de R$ 3,98 refletindo o ambiente mais positivo para a busca por risco em meio ao adiamento da saída do Reino Unido da União Europeia, o Brexit, ao bom humor com a guerra comercial entre Estados Unidos e China, enquanto o resultado das eleições presidenciais na Argentina não influenciam o mercado local.

Por volta 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,64%, sendo negociado a R$ 3,9840 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em novembro de 2019 apresentava recuo de 0,49%, cotado a R$ 3,986.

O economista e CEO da Veedha Investimentos, Rodrigo Tonon, reforça que o resultado das eleições na Argentina, o qual o candidato Alberto Fernández – que terá a ex-presidente Cristina Kirchner como vice-presidente, venceu o atual presidente do país, Mauricio Macri, em primeiro turno preocupa investidores locais, mas a vitória era esperada e “não contamina” o real, diz.

“O dólar ficará com viés de queda, mesmo com essa vitória da esquerda na Argentina. O fato trás preocupação para as exportações brasileiras já que a Argentina é o nosso terceiro maior parceiro comercial. O dólar deve seguir buscando valores abaixo de R$ 4,00”, comenta o diretor de câmbio do grupo Ourominas, Mauriciano Cavalcante.

Ele acrescenta que o adiamento do prazo de saída do Reino Unido da União Europeia para 31 de janeiro traz “um certo conforto” ao mercado, já que os países terão mais tempo de dialogar com o parlamento britânico antes de fechar um acordo para sair do bloco econômico.

A busca por risco é motivada ainda pelas declarações a respeito da guerra comercial entre norte-americanos e chineses afirmando que o risco de “recrudescimento” dos conflitos está cada vez menor.

“Ajuda aliviar a pressão do dólar frente a outras moedas. Enquanto aqui, a agenda está mais positiva e o cenário político mais calmo com o presidente Jair Bolsonaro em viagem no exterior. Ainda tem bom humor com a entrada de fluxo estrangeiro nos últimos dias”, reforça o economista da Veedha que ressalta não ver “tanto espaço” para uma queda maior do dólar já que o investidor estrangeiro não tem entrado de forma significativa no mercado local. “Mas confirmando o rompimento dos R$ 4,00, o dólar pode sim buscar os R$ 3,90 em breve”, diz.

As taxas dos contratos futuros de juros (DIs) tentam acompanhar a queda do dólar para abaixo de R$ 4,00, com os investidores se apoiando no otimismo dos mercados no exterior e relegando a turbulência na América Latina, após as eleições presidenciais na Argentina e em meio aos protestos no Chile. A expectativa segue na decisão de juros do Federal Reserve e do Comitê de Política Monetária (Copom), na quarta-feira.   

Às 13h30, o DI para janeiro de 2020 tinha taxa de 4,774%, de 4,780% no ajuste anterior, na última sexta-feira; o DI para janeiro de 2021 estava em 4,44%, de 4,40%; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 5,43%, de 5,42% após ajuste ao final da semana passada; e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 6,07%, de 6,08%, na mesma comparação.