Por Cristiana Euclydes
São Paulo – A lucratividade dos bancos da zona do euro está baixa e deve continuar pressionada pela política monetária frouxa do Banco Central Europeu (BCE), entre outros fatores, disse o vice-presidente da instituição, Luis De Guindos.
Segundo ele, em texto preparado para discurso em um evento, uma das vulnerabilidades mais significativas dos bancos está relacionada às suas fracas perspectivas de lucratividade.
“O recente abrandamento das perspectivas de crescimento macroeconômico e o ambiente associado a taxas de juros baixas por mais tempo provavelmente pesarão ainda mais em suas perspectivas de lucratividade”, de acordo com De Guindos.
Ele explicou, porém, que sem a política frouxa do BCE os volumes de empréstimos seriam mais baixos e os custos de provisionamento seriam maiores. Além disso, disse, a introdução do sistema de duas camadas para remuneração de reservas ajudará a mitigar o custo de juros negativas para os bancos.
Para o vice-presidente do BCE, fatores estruturais estão no centro da fraca lucratividade bancária. “O sistema bancário está operando com excesso de capacidade significativa, resultando em persistentes ineficiências de custo e pressões competitivas”.
De Guindos destacou ainda que o retorno sobre o patrimônio dos bancos da zona do euro caiu ligeiramente para menos de 6% nos 12 meses até junho de 2019, com cerca de 75% dos bancos significativos gerando retornos abaixo da taxa de referência de 8%.
O BCE passou a adotar taxa de juros negativas em junho de 2014, quando definiu a taxa de depósitos em -0,1%. Hoje, a taxa está em -0,5%, seu menor nível histórico.