Por Cristiana Euclydes
São Paulo – A economia da zona do euro segue enfraquecendo-se, mas é preciso tempo para que as medidas de afrouxamento monetário adotadas pelo Banco Central Europeu (BCE) tenham efeito, de acordo com a ata da reunião do Conselho do banco realizada nos dias 23 e 24 de outubro.
“As informações recebidas desde a reunião de política monetária de setembro confirmaram a desaceleração acentuada do crescimento econômico da zona do euro e que a taxa de inflação continua aquém da meta, justificando assim as decisões de política monetária adotadas pelo Conselho do BCE nessa reunião”, diz o documento.
Na reunião de setembro, o BCE cortou a taxa de depósitos em 0,1 ponto percentual (pp), para -0,5% ao ano, uma mínima histórica, e lançou um novo programa de compra de ativos, em um ritmo mensal de 20 bilhões de euros a partir de 1 de novembro, entre outras medidas.
“Houve um amplo consenso de que seriam necessárias mais informações para reavaliar as perspectivas da inflação e o impacto das medidas de política monetária”, segundo a ata. “Por conseguinte, deverá ser concedido mais tempo às medidas para desdobrar plenamente os seus efeitos na economia da zona do euro e, finalmente, nos resultados da inflação”.
Segundo a ata, os membros do Conselho mostraram confiança de que as medidas do BCE vão apoiar a expansão econômica da zona do euro e “o aumento contínuo das pressões domésticas nos preços e, portanto, a convergência sustentada da inflação para a meta” de perto de 2% ao ano.
Porém, a taxa de inflação segue abaixo da meta, afetada pelos preços baixos de energia e por impactos estatísticos. “Olhando para o futuro, argumentou-se que um aumento no núcleo da inflação pode não se materializar prontamente, dada a atual perspectiva macroeconômica mais fraca”, diz a ata.