MERCADO AGORA: Veja um sumário do comportamento dos negócios até o momento

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Por Danielle Fonseca, Flavya Pereira e Olívia Bulla

São Paulo – O Ibovespa oscila entre altas e baixas nesta primeira etapa do pregão, com dificuldades de definir um rumo, após uma série de dados da economia norte-americana. Investidores também seguem preocupados com a alta do dólar, que sobe novamente depois de já ter batido recordes ontem com declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava queda de 0,43% aos 106.592,97 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 5,8 bilhões. No mercado futuro, o contrato com vencimento em dezembro de 2019 apresentava recuo de 0,77% aos 106.835 pontos.

“As bolsas norte-americanas também estão meio ‘de lado’ agora, mas em geral o cenário externo está mais tranquilo com avanços nas negociações comerciais entre Estados Unidos e China. O que tem preocupado é a alta do dólar, que pode trazer volatilidade para a Bolsa”, disse o sócio da DNAInvest, Leonardo Ramos.

Para Ramos, ainda há algum nervosismo em relação ao mercado de câmbio, já que a moeda continua forte apesar de o Banco Central (BC) já ter atuado com leilões de dólares à vista ontem e de o presidente do BC, Roberto Campos Neto, ter dito que pode atuar novamente no caso de novos movimentos atípicos e baixa liquidez.

Declarações de Guedes, de que é preciso se acostumar com o dólar mais alto, trouxeram ruídos no pregão anterior ao indicarem que o governo não se preocuparia com a alta e que o BC poderia não intervir no mercado, o que não aconteceu. Além disso, há temores de que, nesse patamar, a moeda já possa impactar a inflação e mudar expectativas para a Selic.

O dólar ganhou força hoje depois de alguns dados mais fortes do que o esperado nos Estados Unidos, caso do PIB e de pedidos de seguro-desemprego. Já os dados de renda, divulgados há pouco, vieram abaixo do previsto pelo mercado. Investidores também podem mostrar maior cautela antes de feriado do Dia de Ação de Graças no país, o que manterá os mercados fechados.

Entre as ações, as maiores baixas do Ibovespa são da MRV, da CSN e da Cyrela. Já as maiores altas são da Yduqs, a Klabin e da WEG.

Após oscilar na abertura dos negócios e exibir viés de queda, o dólar comercial sustenta alta frente ao real ainda na esteira do movimento observado ontem, como mercado doméstico reagindo negativamente às declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, e influenciado pelos dados do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos no terceiro trimestre. A segunda prévia do dado veio acima do esperado pelo mercado.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 0,54%, sendo negociado a R$ 4,2640 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em dezembro de 2019 apresentava avanço de 0,69%, cotado a R$ 4,264.

O PIB norte-americano cresceu 2,1% entre julho e setembro, acima do observado na primeira leitura, de 1,9%, que foi a mesma projeção do mercado para o dado revisado. Para o operador de câmbio da corretora Advanced, Alessandro Faganello, além do PIB, é preciso observar outros números do indicador.

“O ligeiro aumento pode configurar acúmulo nos estoques visto que os investimentos empresariais ainda não são animadores. Por outro lado, há sinais de que a desaceleração do investimento empresarial pode estar perto do fim. Já o crescimento dos empregos tem sido moderado. O que pode diminuir a confiança do consumidor enquanto os ganhos salariais parecem estagnar, levantando dúvidas sobre a resiliência do consumidor para continuar sustentando bons números para a economia dos Estados Unidos”, avalia.

Faganello acrescenta que, de qualquer forma, a economia norte-americana dá mostras de que riscos de recessão no curto prazo não devem ser levados em consideração. Ele reforça ainda que, é “compreensível” a alta observada hoje à véspera do feriado de ação de graças nos Estados Unidos, o que eleva a cautela global e reduz a liquidez.

As taxas dos contratos futuros de juros (DIs) apagaram a tentativa de queda ensaiada logo na abertura do pregão e passaram a subir, acompanhando o comportamento do dólar, que volta a ser cotado acima de R$ 4,25. O movimento dos negócios locais foi influenciado pelos números melhores que o esperado sobre a economia dos Estados Unidos.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2020 tinha taxa de 4,680%, de 4,690% no ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2021 projetava taxa de 4,80%, de 4,73%; o DI para janeiro de 2023 estava em 6,06%, de 5,98% após o ajuste anterior; e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 6,69%, de 6,59%, na mesma comparação.