Bolsonaro conversará com Guedes após Trump anunciar retomada de tarifas

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Por Leandro Tavares

São Paulo – Após o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciar a retomada de tarifas a produtos de aço e alumínio importados do Brasil e Argentina, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que conversará com o ministro da economia sobre o tema.

“Eu vou falar com o Paulo Guedes, se for o caso eu ligo para o Trump. Eu tenho um canal aberto com ele”, afirmou o presidente ao sair do Palácio da Alvorada. Bolsonaro disse que conversará com Paulo Guedes e depois dará uma resposta para não ter que recuar.

Mais cedo, Trump acusou os dois países de desvalorizarem suas moedas. “O Brasil e a Argentina têm presidido uma desvalorização massiva de suas moedas. O que não é bom para os nossos agricultores. Portanto, com efeito imediato, restaurarei as tarifas de todo o aço e alumínio enviado para os Estados Unidos a partir desses países”, disse no Twitter.

Além disso, o presidente norte-americano pressionou o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) a cortar os juros. “O Federal Reserve também deve agir para que os países, dos quais existem muitos, não se aproveitem mais nosso dólar forte, desvalorizando ainda mais suas moedas. Isso torna muito difícil para nossos fabricantes e agricultores exportarem seus produtos de maneira justa. Cortar juros e afrouxar, Fed!”.

Em março do ano passado, em uma das primeiras medidas que deram origem à disputa comercial entre os Estados Unidos e China, Washington colocou em vigor tarifas de 25% a todas as importações de aço e de 10% a todas as importações de alumínio, usando como justificativa o risco à segurança nacional dos Estados Unidos.

Já em agosto de 2018, porém, Trump anunciou isenção de alguns países da sobretaxa, como Brasil, Argentina e Coreia do Sul, pressionado pela indústria norte-americana, que passou a sofrer com escassez de matéria-prima. O Brasil é um dos maiores fornecedores de ferro e aço aos Estados Unidos. As tarifas já haviam sido suspensas para outros países, como Canadá e México.