Ibovespa sobe em 2019, mas cai no último pregão do ano

1014

São Paulo, 30 de dezembro de 2019 – O Ibovespa encerrou o último pregão do ano em queda, numa sessão marcada pela baixa liquidez e por investidores fazendo os últimos ajustes de posição de 2019, um ano de recordes para índices acionários aqui e no exterior.

O Ibovespa fechou em queda de 0,76%, aos 115.645,34 pontos, mas subiu 6,8% em dezembro, 10,4% no último trimestre de 2019, 14,5% no segundo semestre e 31,6% no acumulado do ano – o melhor desempenho desde 2016, quando subiu pouco menos de 39% em termos nominais.

“O pessoal está desfazendo posição. A liquidez está bem fraca, bem abaixo da média”, disse Rafael Minalda, analista de mercado financeiro da Toro. Ele acrescentou que esta deve ser a condição do mercado no restante desta semana. Amanhã e quarta-feira não haverá negócios na B3, com os pregões sendo retomados apenas na quinta-feira (2).

Ele e outros analistas, porém, concordam que a perspectiva para o mercado ao longo de 2020 será positiva, principalmente por causa dos sinais positivos vindos de indicadores econômicos recentes que sugerem o início de uma retomada mais robusta no crescimento.

“A bolsa é uma expectativa do que vai acontecer nos próximos períodos, e agora estão vindo os primeiros sinais de que a economia está começando a engrenar”, disse ele. “Na hora em que os indicadores vierem mais robustos, a bolsa deve continuar neste rumo. Não me surpreenderia o quinto ano seguido de alta”, afirmou Minalda

Alfredo Sequeira, sócio-presidente da DNA Invest, apontou que “se você dolarizar a bolsa, está 40% abaixo do pico histórico. Tem espaço para bastante alta ainda.” Outro elemento relevante, segundo ele, é que em outros mercados a sinalização é positiva em relação ao Brasil – com o dólar recuando de uma máxima histórica e as taxas de juros ainda em baixa, indicando que o investidor continua acreditando no fortalecimento da economia associado a um cenário de estímulo por parte da política monetária.

O que pode mudar, segundo Minalda, é o fluxo de investimentos em ações. “Este ano foi um pouco atípico, porque além deste otimismo teve a migração de investimentos que estavam destinados à renda fixa para a renda variável”.

Este fator poderia não se repetir. Por outro lado, pode finalmente entrar em campo o fator gringo, que neste ano jogou contra a valorização das ações, mas que em 2020 poderia ajudar o Ibovespa a subir.

Gustavo Nicoletta / Agência CMA (g.nicoletta@cma.com.br)