São Paulo – O clima de aversão ao risco provocado pelos desdobramentos do ataque que os Estados Unidos fizeram no Iraque e que resultou na morte de um dos principais militares do Irã continua e pesa sobre o Ibovespa, que recua 0,41% no início da tarde, aos 117.220 pontos.
Os norte-americanos bombardearam na semana passada um aeroporto no Iraque e mataram Qassem Soleimani, um dos chefes da Guarda Revolucionária do Irã.
O incidente aumentou a tensão no Oriente Médio. O governo iraniano anunciou que deixará de respeitar os limites de enriquecimento de urânio previstos num acordo com outros países e sinalizou que pode atacar alvos militares dos Estados Unidos, e o Iraque se movimenta para aprovar uma lei que pode levar à remoção das tropas norte-americanas no país.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que tem uma lista de alvos no Irã que pode atacar caso os iranianos ataquem as forças norte-americanas e disse que, para o Iraque remover os soldados dos Estados Unidos, precisará pagar por uma base aérea que foi instalada no território iraquiano.
“Os mercados acabam sentindo a piora dessa relação, o petróleo sobe, o ouro sobe, é a reação natural. Além disso, a Bolsa tinha subido bastante no fim do ano passado e quem estava comprado acaba realizando lucros e indo para ativos mais seguros”, disse o gerente da mesa de operações da H.Commcor, Ari Santos.
O dólar e as taxas de juros, que estão quase estáveis, operam com viés de alta, segundo analistas. O dólar comercial caía 0,04% no pregão à vista, a R$ 4,0540. As taxas dos contratos de DI, por sua vez, também estão próximas ao nível de fechamento da sexta-feira, mas encontram suporte na perspectiva de uma inflação mais alta em decorrência do aumento nos preços do petróleo.
Edição: Gustavo Nicoletta (g.nicoletta@cma.com.br)