Bolsa renova recorde e dólar sobe, indo a R$ 4,19

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Por Danielle Fonseca e Flávya Pereira

São Paulo – O Ibovespa encerrou em alta de 0,32%, aos 118.861,63 pontos, passando a subir no fim do pregão depois de mostrar leve queda na maior parte do dia, em meio a uma liquidez reduzida em função do feriado nos Estados Unidos, o que manteve as Bolsas do país fechadas. Dessa forma, o índice renovou o seu recorde histórico de fechamento, que havia sido batido no dia 2 de janeiro (118.573,10 pontos).

Mais cedo, o Ibovespa foi influenciado pelo vencimento de opções sobre ações e pela queda de ações de bancos. Por outro lado, as ações da Vale e da Petrobras subiram. O volume total negociado foi de R$ 28,5 bilhões, incluindo o vencimento de opções sobre ações, que movimentou R$ 12,693 bilhões.

Segundo o analista da Toro Investimentos, Rafael Winalda, o feriado nos Estados Unidos traz “falta de liquidez”, ainda mais em um dia sem indicadores, o que ajuda o índice virar mais facilmente.

Entre as ações, as de bancos encerram em queda, com destaque para os papéis do Bradesco (BBDC4 -1,94%) e do Itaú Unibanco (ITUB4 -2,03%), que ficaram entre as maiores perdas do Ibovespa. O Bradesco teve recomendação reduzida para “neutral” (equivalente à manutenção pelo Bank of America (BofA), que também rebaixou o Itaú para “underperform” (equivalente à venda), em meio a previsões de desaceleração do crescimento do lucro de grandes bancos.

Por outro lado, as ações ligadas a commodities, como as da Petrobras (PETR4 0,50%) e da Vale (VALE3 0,63%) fecharam em alta e impulsionaram o índice.

Já as maiores altas do Ibovespa foram das ações da B2W (BTOW3 6,20%), da Gerdau Metalúrgica (GOAU4 4,13%) e da Yduqs (YDUQ3 4,00%).

Amanhã, na ausência de indicadores relevantes, os analistas da Mirae Asset Corretora destacam que investidores devem observar o Fórum Econômico Mundial de Davos, que vai até a próxima sexta-feira, sendo o Brasil será representado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. “Sua função é vender o Brasil, mesmo após uma série de indicadores de atividades fracos de novembro”, afirmaram, em relatório.

Já o dólar comercial fechou em alta de 0,62% no mercado à vista, cotado a R$ 4,1900 para venda, repetindo o maior nível de fechamento do ano registrado em 16 de janeiro, em meio à percepção do mercado local de que o Banco Central (BC) vê espaço para mais cortes de taxa básica de juros (Selic) após a declaração do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que o atual patamar da taxa de juros e da cotação do dólar é “o novo normal”.

Diante disso, o diretor da Correparti, Ricardo Gomes, explica que a pressão altista da moeda norte-americana segue associada à contínua “zeragem de posição” de investidores que estão em “posição vendida” e buscam “preservar” as margens nos ajustes.

“Pesou também a necessidade de proteção em decorrência da semana recheada de indicadores e decisões importantes”, diz Gomes citando o discurso do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça). Além do feriado prolongado na China, a partir da próxima sexta-feira, em comemoração ao ano novo chinês.

Amanhã, na agenda, o destaque é Davos, no qual terá discurso do ministro da Economia, Paulo Guedes, que representará o país no evento. O economista e CEO da Veedha Investimentos, Rodrigo Tonon, destaca que a fala do ministro ficará no radar dos investidores após declaração de que o atual patamar da taxa de juros e do dólar são “o novo normal”.

“O dólar seguirá flertando o nível de R$ 4,20. Porém, se não tiver nenhuma piora do humor dos investidores com a volta do mercado norte-americano, poderemos ver uma realização do dólar e consequentemente, uma nova valorização do real”, comenta.