São Paulo – O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que “o pior inimigo do meio ambiente é a pobreza”, e que o Brasil está muito atrás nas transformações tecnológicas que impactam a indústria, ao participar de um painel no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.
Ao ser questionado sobre o que o governo está fazendo ou não para avançar nas questões tecnológicas em todas as partes das parcerias público-privadas, Guedes disse: “em um país como o Brasil estamos um pouco atrás, para não dizer muito atrás”.
“Temos um primeiro nível de preocupações, que é remover um ambiente hostil aos negócios, em geral, receber e redistribuir o conhecimento que já está disponível no mundo”, disse ele, no painel com o tema “Moldando o futuro da manufatura avançada”.
“O pior inimigo do meio ambiente é a pobreza. As pessoas destroem o meio ambiente pois precisam comer, eles têm outras preocupações, que não são as preocupações das pessoas que já destruíram as florestas, que já lutaram por minorais étnicas, e todas essas coisas”, disse Guedes.
Segundo o ministro, “é um problema complexo, não há solução simples, mas o primeiro nível é tentar remover todos os obstáculos, e é algo que estamos fazendo”.
“O segundo nível, e a coisa mais importante para pegar esta onda do futuro, a palavra-chave seria conectividade”, disse. Segundo ele, o governo do Brasil está criando espaços de diálogo entre representantes da indústria, pesquisadores acadêmicos e pessoas de negócios “para gerar negócios sustentáveis, que incorporem os valores da sociedade”.
Guedes disse ainda que a inovação é um processo descentralizado. “Por isso a China e a União Soviética no passado tiveram problemas. O mundo Ocidental teve sucesso, pois o sistema capitalista cria inovação de uma forma descentralizada, promove o talento humano, sem criar padrões”, afirmou.
“Nosso maior papel como governo não é inovar, é garantir que tenhamos um ambiente de negócios e um ambiente acadêmico que nos permita apropriar-nos de todos esses conhecimentos. Lembrem-se, o Brasil inventou o avião”, disse Guedes, citando o aviador Alberto Santos Dumont. “Fizemos coisas interessantes no passado”.
Ele falou ainda do poder do voto no Brasil e ressaltou que o país é a segunda maior democracia do mundo. “As pessoas querem as indústrias, e os empregos, e a mesmo tempo há uma pressão enorme para manter verde. É um balanço delicado, mas vamos alcançá-lo”, concluiu.