Por Flavya Pereira e Olívia Bulla
São Paulo – Um dia após encerrar em novo recorde de pontuação (intraday e fechamento), o Ibovespa abriu “de ressaca” e ensaia uma realização de lucros, em um movimento conduzido pelas ações de bancos e da Vale.
Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava queda de 0,79% aos 118.579,76 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 7,6 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em fevereiro de 2020 apresentava recuo de 0,91% aos 118.720 pontos.
Segundo operadores da mesa de renda variável de uma corretora local, os investidores estrangeiros atuam mais fortemente na ponta vendedora. “Ontem os ‘gringos’ atuaram nas duas pontas, com muita troca de mãos perto do fechamento”, afirma um profissional. Outro operador acrescenta que os investidores pessoa física está mais na ponta compradora.
Porém, o analista da Mirae Asset, Pedro Galdi, avalia que a Bolsa pode ter mais uma sessão de recuperação, nos moldes do observado ontem. “O Ibovespa pode voltar a acompanhar o comportamento de seus pares no exterior”, prevê. Entre as ações, destaque para a queda ao redor de 1% nas ações ordinárias do Bradesco e da Vale.
Após operar com alta firme na abertura dos negócios, o dólar comercial oscila sem direção única acompanhando o movimento da moeda no exterior, onde ganha terreno sobre as principais moedas pares e de países emergentes, e um viés de correção e fluxo local.
Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 0,40%, sendo negociado a R$ 4,1840 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em fevereiro de 2020apresentava avanço de 0,32%, cotado a R$ 4,186.
“Lá fora, por mais que tenha um pouco de alívio em relação ao coronavírus após as declarações da Organização Mundial da Saúde, a preocupação dos investidores com os potenciais impactos na economia da China continua no radar”, comenta o economista e CEO da Veedha Investimentos, Rodrigo Tonon.
O economista cita ainda o viés de correção da moeda após a queda ontem, no nível de R$ 4,16. “Aqui, estamos de olho em fluxo. Tem tido uma entrada interessante de recurso estrangeiro, apesar das saídas observadas no início do mês”, diz.
As taxas dos contratos futuros de juros (DIs) seguem ensaiam um ligeiro viés positivo, dando continuidade ao movimento de recomposição de prêmios visto ontem. A curva a termo é pressionada por novas declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Às 13h30, o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 4,360%, de 4,365% ao final do ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2022 projetava taxa de 4,99%, de 4,99% após o ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 tinha taxa de 5,58%, de 5,57%, na mesma comparação; e o DI para janeiro de 2025 estava em 6,29%, repetindo o ajuste anterior.