MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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Por Danielle Fonseca, Flavya Pereira e Olívia Bulla

São Paulo – O Ibovespa acelerou perdas nesta manhã e voltou a níveis de mais de um mês atrás em um dia de aversão ao risco em função do coronavírus. Investidores aguardam a reunião da Organização Mundial de Saúde (OMS), que pode declarar situação de emergência em função do surto.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava queda de 2,11% aos 112.945,81 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 9,4 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em fevereiro de 2020 apresentava recuo de 2,05% aos 113.130 pontos.

“O número de pessoas contaminadas em pouco tempo já se mostra pior do que a Sars em 2003 e provavelmente a OMS deve anunciar hoje a gravidade da doença no mundo”, disse o analista da Mirae Asset Corretora, Pedro Galdi, em relatório.

A reunião da OMS já começou e após seu término a entidade deve anunciar, em coletiva de imprensa, se decidiu declarar ou não situação de emergência mundial em função do coronavírus. O número de mortes na China causadas pelo novo vírus subiu para 170, e os casos confirmados somam 7.711 no país, de acordo com a Comissão Nacional de Saúde da China. Diversos outros países também possuem casos, no Brasil, são investigados nove casos suspeitos.

Para os analistas da Commcor, a resiliência dos mercados pode ser testada “conforme o vírus se espalha para mais países (incluindo o Brasil e India), fazendo cada vez mais vítimas”. Na sua avaliação, também há mais questionamentos sobre impactos negativos na economia chinesa. “Querendo ou não, os 6,1% de crescimento chinês não devem ser repetidos neste ano, ficando a dúvida se será 5% ou mesmo menos do que isso em 2020; há quem aposte em menos de 5%”, disseram.

Entre os destaques de queda estão ações ligadas a commodities, como as de frigoríficos, com destaque para os papéis da Marfrig. Os papéis da Petrobras e da Vale também recuam.

O dólar comercial opera pressionado desde a abertura dos negócios, acima de R$ 4,24 – maior valor em dois meses – reagindo ao avanço das notícias a respeito do coronavírus que, a cada atualização, amplia o número de infectados e mortos na China, além dos países com casos confirmados. O mercado já aposta em desaceleração da economia chinesa.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 1,06%, sendo negociado a R$ 4,2640 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em fevereiro de 2020 apresentava avanço de 0,82%, cotado a R$ 4,266.

Os economistas da Terra Investimentos ressaltam o “nervosismo” do mercado externo e o contágio no mercado doméstico em meio à preocupação do rápido contágio do coronavírus, no qual os números superam a epidemia de Sars, também na China, entre 2002 e 2003. “As dúvidas são quanto aos impactos na economia global. Investidores já cortam as previsões de crescimento para o país asiático”, comentam.

A economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, reforça que o fluxo de notícias sobre o avanço da doença segue pressionando o preço dos ativos. O que sobrepôs o resultado da prévia do Produto Interno Bruto (PIB) do Estados Unidos no quarto trimestre de 2019, que cresceu 2,1% em linha com as projeções do mercado.

“O PIB veio sem surpresas. Só houve uma desaceleração no ritmo de consumo. Talvez esse fator entre no radar do mercado para avaliar os impactos inflacionários”, acrescenta afirmando que o foco do dia segue sendo o vírus que se espalha pela China.

As taxas dos contratos futuros de juros (DIs) mantêm um ligeiro viés positivo, mas oscilam entre margens estreitas, monitorando a pressão nos negócios na Bolsa brasileira e no dólar em meio ao sentimento de aversão ao risco no exterior. Os investidores calibram as expectativas sobre o rumo da Selic em fevereiro e também se preparam para um novo leilão de títulos públicos.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 4,375%, de 4,340% ao final do ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2022 projetava taxa de 5,01%, de 4,94% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 tinha taxa de 5,55%, de 5,49%; e o DI para janeiro de 2025 estava em 6,24%, de 6,18%, na mesma comparação.