São Paulo – O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) cometeu uma “tolice” ao emprestar dinheiro para empresas brasileiras fazerem obras e venderem produtos para Venezuela e Cuba, afirmou ontem o ministro da Economia, Paulo Guedes, num evento promovido pela Revista Voto.
“Não fizeram nada errado, estão até ofendidos. São caras corretos, fazem tudo direitinho. Só deram US$ 2,5 bilhões errados. Não teve nada ilegal. Realmente, ninguém quebrou. Agora, é fácil brincar de banqueiro se fizer tolice desse tamanho. O Brasil inteiro é obrigado a pagar. Em 48 horas o Tesouro tem que pagar. Fácil ser banqueiro assim. Não merece esse dinheiro todo”, disse o ministro a respeito do BNDES.
Em 2019, o Fundo de Garantia à Exportação (FGE), órgão vinculado ao Ministério da Economia, teve de pagar US$ 393,5 milhões em indenizações referentes à inadimplência em financiamentos concedidos para a exportação de bens e serviços. Deste total, US$ 380,8 foram direcionados ao BNDES.
Dentre as indenizações pagas ao Banco, US$ 277,8 milhões eram referentes a empréstimos feitos para exportações à Venezuela, US$ 88 milhões diziam respeito a financiamentos para produtos e serviços vendidos a Cuba e US$ 14,3 milhões estavam relacionados a empréstimos para exportações a Moçambique.
As maiores indenizações eram referentes a produtos e serviços vendidos pela Odebrecht, a Embraer e a construtora Andrade Gutierrez.