RADAR DO DIA: Tensão continua; atenção a Ambev e Vale

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São Paulo – Após fechar a sessão na maior queda percentual desde o famoso “Joesley Day”, em 18 de maio de 2017, quando o Ibovespa recuou 8,80%, e o Brasil confirmar o primeiro caso de coronavírus, os investidores devem continuar atentos a uma possível pandemia do Covid-19 -, denominação internacional do novo coronavírus, que se alastrou por países da Europa, principalmente na Itália.

A Itália registrava pelo menos 400 casos confirmados do coronavírus até esta quinta-feira e o número de mortos no país por causa da contaminação subiu para 12, de 11 no dia anterior, todas ocorridas entre idosos.

No Brasil, o governo confirmou oo primeiro caso de coronavírus no país, segundo informações divulgadas pelo ministro da Saúde, Henrique Mandetta. Ele acrescentou que o governo está mapeando as pessoas que tiveram contato com o paciente contaminado para tentar restringir a disseminação da doença e ressaltou que o nível de alerta sanitário não muda, porque já estava em nível máximo.

O paciente contaminado é um homem de 61 anos que mora em São Paulo e retornou recentemente da Itália. Ele viajou ao país europeu a trabalho, sozinho, entre 9 e 21 de fevereiro, e apresentou alguns dos sintomas relacionados ao coronavírus – febre, tosse seca, dor de garganta e coriza.

Ainda em relação a doença, o número de mortes na China, epicentro do surto, causadas por infecção pelo novo coronavírus subiu em 29, para 2,744 mil, de acordo com a Comissão Nacional de Saúde. Ao todo, 78,497 mil casos foram confirmados em 31 províncias chinesas, sendo que existem 2,358 mil casos suspeitos.

Na agenda de indicadores, o destaque será a segunda leitura do Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre de 2019 dos Estados Unidos, além dos pedidos de seguro-desemprego da semana encerrada no último sábado.

Ontem, o Ibovespa encerrou o pregão em queda de 7%, aos 105.718,29 pontos, em um forte movimento de correção depois do Carnaval, já que nos últimos dias cresceram os temores de que o coronavírus se espalhe em mais países, podendo se transformar em uma pandemia. A confirmação no Brasil também agravou o nervosismo.

Diante disso, as empresas listadas na B3 registraram queda de R$ 290,2 bilhões ontem, próximo ao valor de mercado do Itaú Unibanco que na mesma data fechou em R$ 288,4 bilhões, de acordo com dados da Economatica.

Os mercados asiáticos, por sua vez, fecharam a sessão desta quinta-feira mistos em meio aos temores sobre o aumento de casos de coronavírus não só na China como também na Coreia do Sul e Europa. O mercado europeu opera em queda, assim como os futuros das bolsas norte-americanas, diante de possível pandemia da doença após casos de mortes na Europa.

Por aqui, para o conter o avanço do dólar que fechou ontem cotado a R$ 4,4450 para venda, o Banco Central (BC) ofertou US$ 1 bilhão em swap cambial.

Internamente o destaque fica por conta da crise institucional entre poderes. Após ter uma mensagem divulgada, propagando a data de um possível protesto a favor de seu governo, o presidente Jair Bolsonaro tenta conter a crise diante da eminência de votação de pautas importantes.

EMPRESAS

O lucro líquido ajustado da Ambev elevou 24,4% no quarto trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior, para R$ 4,633 bilhões, devido a uma menor despesa de imposto de renda, ficando acima das projeções coletadas pela Agência CMA, de R$ 4,198 bilhões.

A Ambev afirmou que vai enfrentar a maior pressão sobre o custo do produto vendido do ano no primeiro trimestre de 2020, gerando uma queda do ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) no negócio de cerveja no Brasil entre 17% e 20% no trimestre, impactado por investimentos em vendas e marketing mais concentrados no início do ano.

A mineradora Vale informou que suas equipes têm dado suporte técnico e operacional para o reboque do navio MV Stellar Banner, que sofreu avarias após sair do Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, operado pela Vale.

A Braskem informou que o contrato para o fornecimento de etano entre sua subsidiária Braskem Idesa e a Pemex permanece em vigor e válido, embora a empresa não tenha recebido da estatal mexicana a nota de crédito no valor de US$ 26 milhões, como pagamento por dano pelo fornecimento de insumo em volume inferior ao estabelecido no contrato.