São Paulo – As preocupações relacionadas ao Covid-19, nome do novo coronavírus, se intensificaram e alastram mundo afora, deixando os investidores receosos sobre seus investimentos, refletindo altamente nos mercados. No último pregão da semana o mercado Ásia fechou em forte queda, assim como os negócios na Europa e os futuros norte-americanos que operam baixa.
No Brasil, temos oito casos de coronavírus confirmados até o momento, sendo seis em São Paulo, um no Rio de Janeiro e um no Espírito Santo. Duas pessoas em São Paulo tiveram contato com o primeiro caso confirmado no país, o que mostra a transmissão doméstica da doença.
Na China, epicentro do surto, o número de mortes causadas por infecção pelo novo coronavírus subiu para 3,042 mil, de acordo com a Comissão Nacional de Saúde do país. Ao todo, 80,552 mil casos foram confirmados em 31 províncias chinesas.
Na Coreia do Sul, país com mais casos depois da China, reportou um aumento de 827 infectados no país, levando o total para 6,593 mil. Ocorreram sete novos casos fatais desde ontem, elevando o total de mortes para 42. A Itália, país europeu onde a doença avançou rapidamente, havia registrado quase 4 mil casos, sendo que o número de mortos subiu para 148.
Ontem, o Ibovespa fechou em queda de 4,65%, aos 102.233,24 pontos, refletindo o pessimismo com o aumento de casos da doença em diversos países – com destaque para os Estados Unidos, Itália e os primeiros casos de transmissão local no Brasil.
Nesta quinta-feira, os mercados asiáticos fecharam o pregão em baixa diante do aumento do número de casos do coronavírus na Coreia do Sul e a preocupação de uma crise mundial. O mercado europeu opera em forte queda com avanço da doença na região.
Os futuros norte-americanos mostram uma abertura em queda após empresas recomendarem que seus funcionários trabalhem de casa e o aumento de casos no país, chegando a 233.
No dólar, o banco central brasileiro agiu para conter o avanço da moeda, que fechou ontem em alta de 1,57%, cotada a R$ 4,6530 para venda, renovando a máxima de fechamento. A instituição anunciou uma operação de swap cambial tradicional para esta sexta-feira – oferta de dólares no mercado futuro – no valor de até US$ 2 bilhões.
Ainda em relação a moeda norte-americana, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que a alta do dólar era previsível. Segundo ele, quando o câmbio sobe rápido preocupa, mas que para isso o BC atua.
Na agenda de indicadores, o destaque é o número de empregos criados ou perdidos pela economia americana e a taxa de desemprego referentes a fevereiro. A previsão é de abertura de 190 mil vagas e taxa de desemprego de 3,55%, segundo pesquisa da Agência CMA.
EMPRESAS
A Natura &Co, que reúne as marcas Natura, The Body Shop e Aesop, reportou lucro líquido consolidado de R$ 14,3 milhões no quarto trimestre de 2019, queda de 96,3% ante o observado em igual período do ano anterior. Em 2019, o lucro líquido diminuiu 65,2% e somou R$ 190,9 milhões.
A B3 obteve lucro líquido de R$ 732,9 milhões no quarto trimestre deste ano, alta de 25,7% na comparação com o mesmo período de 2018. O lucro líquido recorrente, por sua vez, subiu 20,9% no período e somou R$ 864,5 milhões, na mesma base de comparação.
A Companhia de Concessões Rodoviárias (CCR) reportou lucro líquido de R$ 392,6 milhões no quarto trimestre de 2019, revertendo prejuízo de R$ 307,1 milhões registrado no mesmo período do ano anterior. O lucro líquido mesma base, que exclui novos negócios, caiu 3% no período, para R$ 499,2 milhões, na mesma base de comparação.
A Hering reportou lucro líquido de R$ 63,2 milhões no quarto trimestre de 2019, queda de 33,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Em 2019, o lucro líquido diminuiu 10,4% e soma R$ 214,7 milhões.
O Grupo Pão de Açúcar (GPA) firmou um contrato com fundos de investimento controlados pela BRL Trust Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários e geridos pela TRX Gestora de Recursos para a venda de 43 imóveis do GPA localizados nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Goiás, Bahia. Sergipe, Pernambuco, Piauí, Paraíba e no Distrito Federal.
O conselho de administração aprovou a renúncia do diretor presidente, Luiz Fogaça, que ficará na empresa até o dia 30 de março para colaborar o processo de sucessão. Para seu lugar, o colegiado aprovou a indicação de Leonel Andrade, que já foi presidente da Losango, Credicard e Smiles.
O conselho de administração da B3 aprovou um programa de recompra de até 21.700 ações ordinárias, que tem como objetivo gerar valor para os acionistas, combinando recompras de ações e distribuições de proventos para retornar o capital.
O conselho de administração da TIM Participações aprovou a proposta de aumento de capital de R$ 1,644 bilhão, sem emissão de novas ações, mediante a capitalização do saldo da reserva para expansão dos negócios, que excedeu o limite de 80% do capital social.
A Telefônica Brasil investirá R$ 8,6 bilhões em 2020, sendo que R$ 600 milhões será da reserva especial para expansão e modernização e R$ 8 bilhões de recursos próprios e terceiros. O valor deve ser ratificado pela assembleia geral ordinária de 8 de abril.
A Eletrobras informou que foi certificada pela Climate Bonds Initiative (CBI), organização sem fins lucrativos de projetos sustentáveis, estando apta a emitir green bonds (títulos verdes) para financiar projetos de geração de energia solar e eólica.