MERCADO AGORA: Veja um resumo dos negócios até o momento

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São Paulo – O Ibovespa continua acelerando ganhos acompanhando o bom humor externo após dados melhores do que o esperado da balança comercial chinesa e puxado pelo bom desempenho de ações como as da Vale e de bancos, que ampliaram a alta.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 3,05%, aos 81.246,23 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 9,5 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em abril de 2020 apresentava avanço de 2,53% aos 81.265 pontos.

Investidores também veem com bons olhos a possibilidade de algumas economias começarem a reabrir em meio a um arrefecimento de novos casos de coronavírus, além de acompanharem o início da temporada de balanços nos Estados Unidos. No entanto, não está descartado que o vencimento de opções sobre o Ibovespa amanhã possa trazer alguma volatilidade ao longo do pregão.

“A balança comercial da China não veio tão feia como o esperado e ajuda na recuperação do minério de ferro. Também seguimos tendo notícias de que a curva de novos casos de coronavírus está normalizando em vários países, o que poderia levar a reaberturas”, disse o analista da Mirae Asset Corretora, Pedro Galdi.

As exportações da China caíram 6,6% em março em base anual, sendo que analistas esperavam queda de 15,9%. Já as importações chinesas recuaram 0,9%, sendo que a previsão era de declínio de 10,0%. Os dados impulsionam preços de commodities, como o minério de ferro, e refletem em ações como as da Vale e da Usiminas, que está entre as maiores altas do Ibovespa.

Já a maior alta do Ibovespa é das ações da Braskem, que tiveram a recomendação elevada para “overweight” (equivalente à compra) pelo Morgan Stanley. Entre as ações que compõem o índice não há nenhum operando em queda no momento.

Ainda no exterior, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o país está próximo de concluir um plano para reabrir sua economia, embora ainda precise entrar em acordo com todos os governadores. Apesar de o número de casos e mortes ser elevado no país, Nova York, epicentro da doença nos Estados Unidos, já teria passado pelo pior.

Investidores também acompanham o início da temporada de balanços norte-americanos, como os do JP Morgan, que foi menos pior do que o previsto por analistas.

No Brasil, parte do mercado não recebeu bem a aprovação, pela Câmara dos Deputados, do projeto de lei (PL) 149/2019, que prevê ajuda financeira federal para compensar a perda de arrecadação que os estados devem enfrentar por causa das medidas de contenção da doença. O texto agora vai para o Senado.

A avaliação é que seu impacto fiscal seria elevado e o governo discorda do formato da ajuda que determina o cálculo e a distribuição de recursos com base na arrecadação de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e Imposto Sobre Serviços (ISS) de 2019.

Após abrir em queda frente ao real, o dólar comercial virou o sinal e passou a subir frente ao real em meio ao fluxo local, atento ao exterior onde as moedas de países emergentes oscilam mesmo com o ambiente positivo nas bolsas internacionais. A política local segue no radar dos investidores com a votação de pautas fiscais.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 0,42%, sendo negociado a R$ 5,2050 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em maio de 202 apresentava ligeiro avanço de 0.05%, cotado a R$ 5,209.

O diretor superintendente de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik, destaca que, após abrir em queda ao nível de R$ 5,15 acompanhando o exterior, a moeda norte-americana ficou “barata”. “É uma questão de fluxo. O importador voltou ao mercado após ficar com negócios represados e tesourarias recompuseram posições aproveitando o nível. A demanda pela moeda subiu”, comenta.

Na abertura, a moeda acompanhou o bom humor que prevalece no mercado acionário após números melhores do que o esperado da balança comercial da China. O saldo total foi de US$ 19,9 bilhões em março, com quedas de 6,6% das exportações e de 0,9% das importações em relação ao mesmo período de 2019.

“O cenário para a China no segundo trimestre, mesmo enfraquecido pela demanda externa com reflexo da paralisação na atividade industrial mundial, tende a mostrar recuperação”, avalia o operador de câmbio de uma corretora local.

Aqui, investidores acompanham o andamento do projeto de lei aprovado ontem na Câmara dos Deputados que destina auxílio financeiro emergencial para estados e municípios. Agora no Senado, o texto propõe repor a arrecadação perdida do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para estados, e do Imposto Sobre Serviços (ISS) para municípios, durante o período de isolamento social.

“O governo, ainda insatisfeito com o alto custo do repasse, prometeu articular a favor de uma redução de 50% no valor previsto pela medida durante a sua análise no Senado. Caso a escala do auxílio não seja reduzida pelos senadores, representantes do Executivo informaram que o projeto ainda poderia ser parcialmente vetada pelo presidente [Jair] Bolsonaro”, diz o economista da Guide Investimentos, Victor Beyruti. O impacto fiscal da pauta pode chegar R$ 89,6 bilhões para a União.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) seguem em queda, em meio ao renovado apetite por risco no exterior, o que minimiza a preocupação dos negócios locais com a questão fiscal no Brasil, após a Câmara aprovar uma ajuda financeira a estados e municípios, sem contrapartidas, contrariando o desejo da equipe econômica.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 3,05%, de 3,10% no ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2022 estava em 3,67%, de 3,76% após o ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 4,79%, de 4,89%; e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 6,42%, de 6,54%, na mesma comparação.