Maior provisão impacta e lucro recorrente soma R$ 3,753 bi

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São Paulo – O lucro líquido recorrente do Bradesco, que exclui ganhos ou perdas com itens extraordinários, caiu 39,8% no primeiro trimestre de 2020 em relação ao mesmo período do ano anterior, para R$ 3,753 bilhões.

O lucro líquido contábil, que inclui os efeitos positivos e negativos de eventos não recorrentes, diminuiu 42% na mesma base de comparação, para R$ 3,382 bilhões.

Segundo a companhia, a redução dos dois lucros está associada às maiores despesas com PDD, que foram impactadas pelo reforço de provisão, no valor de R$ 2,7 bilhões, em consequência do cenário econômico adverso que poderá resultar no aumento do nível de inadimplência, como reflexo da falência de empresas, aumento no desemprego, bem como a degradação do valor das garantias.

O banco explicou que o valor acima somado a parcela pré-existente de R$ 2,4 bilhões, totaliza uma provisão complementar para cenário econômico adverso de R$ 5,1 bilhões. Do total, R$ 4,9 bilhões estão alocados como provisão complementar e R$ 200 milhões como provisão requerida.

“Entendemos que essa provisão reflete nossa melhor estimativa de perda, até que se tenha uma visão mais clara do cenário futuro”, diz o banco.

A carteira de crédito expandida do banco teve alta de 17% ao fim do trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior, atingindo R$ 655,094 bilhões. Do total, R$ 239,214 bilhões foram de pessoas físicas e R$ 415,880 bilhões de pessoas jurídicas, alta de 19,5% e de 15,6%, respectivamente.

As despesas com provisão para devedores duvidosos (PDD) subiram 86,1% no período em base anual, somando R$ 6,708 bilhões.

O retorno anualizado sobre o patrimônio líquido médio (ROAE) atingiu 11,7% no trimestre, baixa de 8,8 pontos percentuais (pp) ante igual período de 2019. Já o retorno sobre os ativos médios (ROAA) foi de 1%. O índice de inadimplência acima de 90 dias ficou em 3,7% da carteira de crédito, alta de 0,4 pp na mesma base de comparação.

No relatório de resultado, o Bradesco afirmou que as incertezas causadas pela pandemia do coronavírus, que mudaram o cenário e reduziram a previsibilidade dos negócios, o banco optou por suspender as projeções para 2020.