MERCADO AGORA: Veja um resumo dos negócios até o momento

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São Paulo – O Ibovespa segue em forte queda, superior a 2%, desde a abertura dos negócios. O clima externo é de preocupação, com indicadores econômicos mais fracos na Europa, e uma ameça dos Estados Unidos na sobretaxação de itens chineses. Atrelado a isso, o índice se ajusta a queda de sexta-feira em outros mercados, já que aqui a Bolsa ficou fechada.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava queda de 3,16% aos 77.960,61 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 10,0 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em junho de 2020 apresentava recuo de 2,54%, aos 78.065 pontos.

“O Trump [Donald, presidente dos Estados Unidos] está comprando uma briga desnecessária com a China em momento que as economias precisam se ajudar para sair da crise. Não é hora de fazer acusações e muito menos ameaças contra outros países”, explicou um gerente de mesa de operações de um grande banco.

Donald Trump afirmou que a China cometeu “um enorme erro” ao não informar mais cedo sobre a pandemia do novo coronavírus. Segundo ele, os norte-americanos estão investigando a situação e, caso necessário, darão uma resposta.

“Eu acho que eles cometeram um grande erro que não querem admitir”, afirmou Trump em entrevista ao canal Fox News em evento no Lincoln Center, em Washington. O presidente afirmou que caso necessário, poderá avaliar a aplicação de penalidades tarifárias sobre o país como resposta.

Na Europa, o índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) sobre a atividade do setor industrial caiu para 33,4 pontos em abril – menor nível já alcançado desde que a série histórica começou, em junho de 1997 – após atingir 44,5 pontos em março, de acordo com dados revisados divulgados pelo instituto de pesquisas IHS Markit.

O dólar comercial tem alta firme frente ao real, a R$ 5,57, em dia de forte aversão ao risco no exterior após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elevar o tom sobre a China em relação ao novo coronavírus, respingando no acordo comercial entre os países.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 2,51%, sendo negociado a R$ 5,5740 para venda. No mercado futuro, o contrato de dólar com vencimento em junho de 2020 apresentava avanço de 1,53%, cotado a R$ 5,580.

O diretor da Correparti, Ricardo Gomes, reforça que o ambiente externo com as declarações de Trump, no fim de semana refletem o viés de pressão na moeda. “E o importador voltou. Principalmente, na abertura dos negócios, aproveitando a cotação depois da queda na semana passada”, acrescenta.

A equipe econômica do Bradesco reitera que as tensões entre Estados Unidos e China levam mercados ao campo negativo após Trump declarar que não reduzirá tarifas de importação de produtos chineses e exigiu que o país asiático compre US$ 200,0 bilhões em produtos norte-americanos, sob ameaça de romper o acordo firmado no começo do ano.

“A intensificação dessas tensões ocorre em um cenário no qual prevalecem as preocupações em relação ao PIB [Produto Interno Bruto] global. Assim, o dólar se fortalece”, avaliam os analistas do banco.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) seguem em alta, pressionadas pelo ambiente de maior aversão ao risco no exterior e pelo cenário político local mais tenso. A recomposição de prêmios é mais intensa no trecho longo da curva a termo, já que as expectativas em torno da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) nesta semana inibem o movimento nos vértices mais curtos.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 2,80%, de 2,775% ao final do ajuste anterior, na quinta-feira passada; o DI para janeiro de 2022 estava em 3,74%, de 3,60% após ajustes antes do feriado; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 4,97%, de 4,79%; e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 6,71%, de 6,48%, na mesma comparação.