São Paulo – O Ibovespa recupera parte das perdas de ontem e opera em alta desde a abertura dos negócios, acompanhando o avanço do mercado externo. Lá fora, o preço do barril do petróleo segue subindo, puxando por aqui as ações da Petrobras para firme alta superior a 5%. O papel PN (PETR4) sobe 5,76%, enquanto o ON (PETR3), avança 5,63%.
Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava avanço de 2,12% aos 80.555,15 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 9,8 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em junho de 2020 apresentava alta de 1,99% aos 80.675 pontos.
“É a maior sequência de alta para o petróleo em 9 meses com a expectativa de volta da demanda com o fim das quarentenas, mas o principal é que os texanos afirmaram que vão cortar a produção devido a devastação da demando com o coronavírus”, explicou Pablo Spyer, diretor de operações da Corretora Mirae Asset em sua conta no Twitter.
Volátil, o dólar comercial passou a subir frente ao real, voltando a operar acima de R$ 5,55, em meio ao ambiente de incertezas locais com o cenário político indo na contramão da maioria das moedas de países emergentes que avançam ante a moeda norte-americana acompanhando a valorização do petróleo.
Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava alta de 0,50%, sendo negociado a R$ 5,5530 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em junho de 2020 apresentava ligeiro avanço de 0,07%, cotado a R$ 5,560.
“A moeda abriu em queda acompanhando o bom humor externo em reação à expectativa de reabertura dos mercados, além da forte alta do petróleo que favorece as moedas ligadas à commodity”, comenta o diretor de uma corretora nacional.
Porém, ele destaca que o real é uma “das poucas” moedas emergentes que se desvalorizam. “Aqui, essa alta acompanha a expectativa de corte da taxa Selic. A nossa aposta e a do mercado é de que o Copom [comitê de Política Monetária] deve cortar a taxa de juros em 0,50 ponto percentual mesmo”, diz.
“Temos espaço para recuperação da moeda, mas os fatores internos limitam essa alta. Estamos na contramão de outras moedas”, reforça a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack.
Ela acrescenta que o resultado da produção industrial em março “assustou” um pouco pois coloca em dúvida a “real” contração do país em meio à crise em decorrência do novo coronavírus. Na comparação com fevereiro, a atividade industrial brasileira caiu 9,1%, a menor para março desde 2002.
As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) seguem reagindo em queda ao tombo maior que o esperado da indústria brasileira em março. Porém, a mudança de sinal do dólar para o positivo, testando novamente a faixa de R$ 5,55 inibe o movimento. As apostas de queda menos agressiva na Selic amanhã também reduzem o ímpeto da retirada de prêmios da curva a termo local.
Às 13h30, o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 2,735%, de 2,770% após o ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2022 estava em 3,58%, de 3,66% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 4,79%, de 4,91%; e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 6,54, de 6,61%, na mesma comparação.