São Paulo – O prejuízo líquido da Suzano aumentou praticamente onze vezes no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, a R$ 13,419 bilhões, pressionado essencialmente por resultados negativos em operações financeiras, visto que a receita da companhia cresceu 22% na mesma comparação, a R$ 6,981 bilhões, impulsionada por um aumento nas vendas.
A Suzano afirmou que a maior parte das perdas financeiras foi provocada pela desvalorização do real ante o dólar. Essas perdas, porém, são contábeis ou seja, não exigem desembolso do caixa da empresa, mas precisam ser apontadas no resultado líquido da companhia.
O efeito da variação cambial sobre a dívida da companhia denominada em moeda estrangeira gerou uma perda contábil de R$ 12,42 bilhões, enquanto nas operações com derivativos a perda foi de R$ 9,059 bilhões.
As vendas da empresa, porém, aumentaram 56% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, para 3,124 milhões de toneladas, sendo 2,856 milhões de toneladas de celulose (+65%) e 268 mil toneladas de papel (-2%).
A empresa disse que houve “significativo aumento na demanda por celulose”
em função do aquecimento do segmento de papéis sanitários, o que permitiu a normalização estoques, mas que percebeu queda na procura por papel de imprimir & escrever, e por isso “decidiu realizar uma parada temporária de produção nas unidades de Mucuri e Rio Verde.
A produção de papel e celulose da Suzano aumentou 7% no primeiro trimestre, para 2,644 milhões de toneladas, sendo 2,337 milhões de toneladas de celulose (+8%) e 307 mil toneladas de papel (+5%).
O preço líquido médio da celulose comercializada pela Suzano foi de US$ 462 por tonelada no primeiro trimestre, o que representa queda de 1% em relação ao quarto trimestre do ano passado e de 34% na comparação com o primeiro trimestre de 2019.
A dívida líquida da companhia aumentou 23% em relação ao primeiro trimestre do ano passado, para R$ 66,043 milhões, enquanto o ebitda ajustado cresceu 10%, para R$ 3,026 bilhões. Com isso, a dívida passou a representar seis vezes o valor do ebitda ajustado, ante 3,4 vezes no primeiro trimestre de 2019.
A geração de caixa operacional cresceu 31%, para R$ 2,336 bilhões. A Suzano também anunciou que reduziu em R$ 200 milhões sua previsão de investimentos deste ano, a R$ 4,2 bilhões, em função de reduções dos gastos em manutenção, devido a ações na gestão de pagamentos de projetos e postergações de paradas programadas de manutenção, sem redução de escopo.