RADAR: Atenção a Petrobras e inquérito sobre Bolsonaro

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São Paulo – Os investidores devem reagir à enxurrada de balanços divulgados após o fechamento do pregão de ontem, entre eles o da Petrobras, que anunciou um prejuízo de dezenas de bilhões de reais, decorrente essencialmente da decisão da empresa de revisar o valor de seus ativos diante do cenário pouco promissor para o segmento de petróleo.

Em âmbito político, a Advocacia Geral da União (AGU) usou transcrições da reunião ocorrida em abril e citada pelo ex-ministro Sergio Moro como uma ocasião em que Jair Bolsonaro fez pressão para a troca de comando na Polícia Federal para defender o presidente, mas a defesa de Moro disse que a peça omite trechos e contexto relevantes para o caso.

O prejuízo líquido da Petrobras somou R$ 48,523 bilhões no primeiro trimestre, após lucro de R$ 4,031 bilhões no mesmo período do ano anterior. Os resultados foram afetados pela redução no valor dos ativos da empresa em função da deterioração do cenário de mercado. A receita líquida da companhia aumentou 6,5%, para R$ 75,469 bilhões.

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) registrou prejuízo líquido de R$ 1,312 bilhão no primeiro trimestre deste ano, em função principalmente de apontamentos não-operacionais e não-caixa como o hedge accounting e a perda de valor de mercado nas ações da Usiminas.

O lucro líquido da Cyrela caiu 42,3% no primeiro trimestre, para R$ 28 milhões, pressionado pela queda de 7,4% na receita líquida da companhia no mesmo período, para R$ 765 milhões.

A B3 obteve lucro líquido de R$ 1,025 bilhão no primeiro trimestre deste ano, alta de 69,1% na comparação com o mesmo período de 2019. O lucro líquido recorrente foi de R$ 1,156 bilhão alta de 57,0%, segundo a mesma base de comparação.

A Taesa, transmissora de energia elétrica, reportou um lucro líquido de R$ 364,2 milhões no primeiro trimestre deste ano, uma alta de 2,1 vezes ante os R$ 159,6 milhões registrados em igual período do passado.

O lucro líquido da Localiza cresceu 9,5% no primeiro trimestre deste ano, em relação a igual período do ano passado, para R$ 230,9 milhões. A receita líquida da companhia aumentou 17,7% no período, para R$ 2,794 bilhões.

O lucro líquido da CCR caiu 19,2% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, para R$ 246,8 milhões, mesmo diante de um aumento 8,2% da receita líquida, para R$ 2,387 bilhões, diante de um aumento de despesas administrativas e com operações financeiras.

O prejuízo líquido da JBS no primeiro trimestre somou R$ 5,93 bilhões, após lucro de R$ 1,09 bilhão no mesmo período do ano passado, pressionado por perdas de R$ 9,08 bilhões com operações financeiras causadas pela desvalorização do real. A receita líquida da companhia aumentou 27,3% na mesma base de comparação, a R$ 56,48 bilhões.

O prejuízo líquido da Sabesp somou R$ 657,9 milhões no primeiro trimestre, após lucro de R$ 647,3 milhões no mesmo período do ano passado, mesmo diante de um aumento de 4,2% na receita operacional líquida da companhia, a R$ 4,042 bilhões, por causa do efeito da desvalorização do real sobre empréstimos e financiamentos tomados pela companhia.

O lucro líquido da Companhia Paranaense de Energia (Copel) aumentou 1% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, para R$ 510,9 milhões, impulsionado por um aumento de 6,6% na receita operacional líquida, a R$ 4,153 bilhão.

Edição: Gustavo Nicoletta (g.nicoletta@cma.com.br)