MERCADO AGORA: Veja um resumo dos negócios até o momento

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São Paulo – Após quatro dias seguidos de alta, o Ibovespa mostra uma pausa com investidores aproveitando para embolsar lucros em meio a previsões bastante negativas do Banco Central Europeu (BCE) sobre o Produto Interno Bruto (PIB) da região e com dados norte-americanos levemente piores do que o esperado pelo mercado. No entanto, o índice mostra um pouco de volatilidade nesta manhã e chegou a subir por alguns minutos, com o recente aumento do fluxo comprador podendo voltar a prevalecer.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 0,18%, aos 93.171,18 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 14,9 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em junho de 2020 apresentava avanço de 0.67%, aos 93.290 pontos.

“Os dados nos Estados Unidos vieram com leve viés negativo e o BCE está projetando uma contração muito forte, de 13% no segundo trimestre. Acredito que uma realização de lucros seja normal agora, mas a pressão e volumes de compras dos últimos dias é um limitador”, disse o analista da Terra Investimentos, Régis Chinchila.

O BCE revisou para baixo suas previsões e a economia da zona do euro deve encolher 8,7% este ano, ante projeção anterior, de março, de alta de 0,8%, devido aos impactos da pandemia do novo coronavírus, disse a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde. Nesse cenário, o banco também anunciou um aumento de 600 bilhões de euros ao programa de compras emergenciais de ativos, montante acima dos 500 bilhões euros esperados, o que chegou a animar investidores antes das previsões negativas do PIB.

Já nos Estados Unidos, a balança comercial veio levemente abaixo do previsto, assim como os dados de seguro-desemprego, que caíram para 1,877 milhão esta semana, sendo que o mercado previa 1,8 milhão. Os números, porém, não são suficientes para as Bolsas norte-americanas se firmarem em queda e elas operam com ligeira alta no momento, enquanto a maioria dos índices europeus recua.

O dólar comercial opera com forte volatilidade em meio à correção técnica no mercado doméstico e nos mercados de países de emergentes, além de reagir ao discurso da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, a respeito das expectativas para a zona do euro ao longo do ano evidenciando os impactos da pandemia do novo coronavírus na economia região.

Por volta das 13h30, o dólar comercial operava estável, sendo negociado a R$ 5,0840 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em julho de 2020 apresentava avanço de 0.29%, cotado a R$ 5,086.

“O dólar opera no modo bipolar nessa primeira parte dos negócios. A alta reagiu às falas nada otimistas da Lagarde sobre o futuro da zona do euro”, comenta o diretor superintendente de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik.

Segundo a presidente do BCE, a economia da zona do euro está passando por uma “contração sem precedentes”, já que houve uma queda abrupta da atividade econômica como resultado da pandemia e das medidas para conter o vírus, com perdas severas em empregos e renda. Ela estima que o Produto Interno Bruto (PIB) da região deve encolher 8,7% em 2020.

Rugik destaca que, lá fora, após desvalorização no início dos negócios, as moedas emergentes ensaiam uma recuperação dando continuidade às altas nos últimos dias frente ao dólar. Enquanto aqui, prevalece um viés de correção, principalmente, no mercado futuro. “Ontem teve uma compra alta de dólar devido ao patamar mais baixo em quase dois meses [a R$ 5,02]”, diz.

O consultor de câmbio da corretora Advanced, Alessandro Faganello, acrescenta que os mercados “optaram por realizar lucros tanto nas bolsas, quanto nas tesourarias bancárias”, aproveitando a queda expressiva do dólar durante a semana. “Uma pitada de correção também é observada e a volatilidade continua”, ressalta.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) seguem exibindo leves altas, influenciadas pela realização de lucros no dólar e também pela oferta de títulos públicos em leilão realizado hoje pelo Tesouro Nacional.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 2,185%, de 2,18% após o ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2022 estava em 3,06%, de 3,00% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 4,10%, de 4,03%; e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 5,72%, de 5,66%, na mesma comparação.