São Paulo – A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) prevê contração de 7,6% na economia global este ano, caso haja uma nova onda de infecções pelo novo coronavírus, uma revisão para baixo após a previsão de alta de 2,4% divulgada em março.
Se um novo surto da doença for evitado, a produção econômica mundial deve encolher 6% este ano. Para 2021, com uma nova onda de infecções o Produto Interno Bruto (PIB) global deve subir 2,8%, e sem um novo surto deve avançar 5,8%. A projeção anterior mostrava alta de 3,3%.
A OCDE afirmou, em relatório, que diante de incertezas sem precedentes e com poucas perspectivas de uma vacina se tornar disponível este ano, apresentou dois cenários igualmente prováveis, e em ambos “levará muito tempo para trazer a produção de volta aos níveis pré-pandêmicos, e a crise deixará cicatrizes duradouras”.
“A pandemia de covid-19 provocou a recessão mais grave em quase um século e está causando enormes danos à saúde, ao emprego e ao bem-estar das pessoas”. Segundo o documento, na medida que as restrições começam a diminuir, a recuperação econômica permanece incerta.
“As medidas de contenção adotadas pela maioria dos governos foram necessárias para retardar a propagação do vírus e limitar o número de mortos, mas também fecharam as atividades comerciais em muitos setores e causaram dificuldades econômicas generalizadas”.
Entre as economias avançadas, “o impacto econômico de bloqueios rigorosos e relativamente longos na Europa será particularmente severo”. A OCDE prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro caia 11,5% este ano com uma segunda e 9% sem. O PIB nos Estados Unidos sofrerá um impacto de 8,5% e 7,3%, respectivamente, e o do Japão deve encolher 7,3% e 6%.
Já as economias emergentes enfrentam desafios de sistemas de saúde tensos, além do colapso dos preços de commodities. O PIB do Brasil deve cair 9,1% em 2020, o da Rússia 10% e África do Sul, 8,2%, com um novo surto, e 7,4%, 8% e 7,5% respectivamente, sem uma nova onda.
O PIB da China e da India serão relativamente menos afetados este ano, com uma redução de 3,7% e 7,3%, respectivamente, no caso de um duplo golpe e de 2,6% e 3,7%, no caso de um único golpe.