Bolsa cai e dólar sobe em dia de ajuste e aversão ao risco

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São Paulo – O Ibovespa fechou em queda pelo terceiro pregão consecutivo, com perdas de 1,99%, aos 92.795,27 pontos, mostrando um ajuste à forte aversão ao risco vista no exterior ontem, quando a B3 ficou fechada em função de feriado e aumentou o receio de uma segunda onda da pandemia do novo coronavírus. O índice também foi puxado pela queda expressiva das ações da Petrobras, que acompanharam a volatilidade os preços do petróleo hoje.

O volume total negociado foi de R$ 35,3 bilhões. Na semana, o Ibovespa acumulou perdas de 1,95%.

“Ainda há dúvidas se vai ocorrer uma segunda onda, mas os mercados se antecipam e os preços estavam altos, uma correção seria natural. No curto prazo, ainda vejo uma tendência de alta”, disse o CEO da WM Manhattan, Pedro Henrique Rabelo.

Na quinta-feira, os mercados de ações dos Estados Unidos tiveram o pior dia desde março, depois de uma sequência de alta, em meio ao aumento de casos em estados como Texas e Califórnia, que vinham retomando atividades. Na Europa, alguns países também começam a relatar aumento de casos novamente. Já hoje, Wall Street mostrou uma recuperação e fechou em alta.

As ações da Petrobras (PETR3 -3,54%; PETR4 -3,73%) estão entre as que sofreram maiores correções, pesando sobre o Ibovespa, enquanto os preços do petróleo mostram volatilidade com dúvidas sobre sustentabilidade da reabertura e recuperação da economia global.

Já as maiores quedas do Ibovespa foram da CVC (CVCB3 -9,44%), do IRB Brasil (IRBR3 -11,34%) e da Gol (GOLL4 -8,39%). Na contramão, as maiores altas do índice foram das ações da Minerva (BEEF3 2,34%), da Marfrig (MRFG3 2,22%) e do Carrefour (CRFB3 2,72%).

Na segunda-feira, investidores devem ficar atentos aos impactos de dados da China, como a produção industrial, vendas no varejo e investimentos. Já nos Estados Unidos, será divulgado o índice de atividade industrial regional Empire State de junho.

Para Rabelo, o índice segue em tendência de alta no curto prazo, mas não deve mais mostrar ralis tão fortes como visto recentemente, que teria sido exagerado. Já o analista da Mirae Asset Corretora, Pedro Galdi, acredita que a volatilidade dos mercados pode voltar a aumentar caso o número de novos casos de covid-19 continue a subir nos Estados Unidos e em países que reabriram suas economias, dando mais sinais de que uma segunda onda está à caminho.

O dólar comercial encerrou a sessão em alta de 2,24%, sendo negociado a R$ 5,0460 para a venda, em dia de ajuste do câmbio diante do fechamento dos mercados ontem devido a um feriado. Nos Estados Unidos, ocorreu um aumento da preocupação com a volta do surto de coronavírus, após algumas regiões terem anunciado a reabertura de seus negócios.

Isso fez com que integrantes do governo viessem a público dizer que, caso necessário, haverá mais estímulos e ajuda por parte do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). Segundo analistas de mercado, a dificuldade que os Estados Unidos têm enfrentado para se livrar do vírus e fazer a economia voltar a crescer tem preocupado os investidores.

Ontem nos Estados Unidos, a onda de vendas foi motivada por notícias de aumento de casos do novo coronavírus em estados que haviam começado o processo de reabertura mais cedo – como o Texas, Arizona e Carolina do Sul -, e por discussões sobre retomar medidas de fechamento da economia em algumas regiões.

“O dólar voltou a operar acima dos R$ 5,00 e deve seguir assim pelo menos até o encerramento da sessão de hoje. Por ser sexta-feira, dia tradicionalmente de cautela, e com os ajustes pela falta de mercado ontem, tudo isso mexe com o investidor. Ainda não podemos esquecer que a queda de ontem lá ora é pela temida retomada do aumento de casos de covid-19”, explicou um operador de mesa de operações de um grande banco.

Os analistas da Commcor Corretora destacam que o aumento de casos de covid-19, que pressionou o dólar para cima frente a todas as divisas ontem, também “trouxe questionamentos sobre a viabilidade da reabertura em alguns Estados norte-americanos”. Na quinta-feira, os mercados de ações dos Estados Unidos tiveram o pior dia desde março, depois de uma sequência de alta, em meio ao aumento de casos em estados como Texas e Califórnia, que vinham retomando atividades. Na Europa, alguns países também começam a relatar aumento de casos novamente.