MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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São Paulo – O Ibovespa já abriu em alta na esteira do otimismo de ontem e refletindo os dados de criação de empregos nos Estados Unidos (payroll), que vieram melhor do que o esperado pelo mercado, afastando temores em relação ao aumento de casos de covid-19.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 0,54%, aos 96.728,35 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 14,9 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em agosto de 2020 apresentava ligeiro avanço de 0,77%, aos 96.910 pontos.

Para o estrategista-chefe da Levante Investimentos, Rafael Bevilacqua, a economia norte-americana mostra sinais de recuperação cada vez mais consistentes. “Segundo as expectativas, apesar das idas e vindas na reabertura da economia, os próximos meses deverão trazer a abertura de muitas vagas no setor de serviços, com a retomada gradual das atividades”, disse ainda, em relatório.

Foram criadas 4,8 milhões de vagas em junho, sendo que analistas esperavam 3,3 milhões de vagas, já a taxa de desemprego caiu a 11,1% em junho, enquanto o mercado previa 12,7%.

Após a divulgação dos números, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reforçou que a economia está forte e que os governadores decidem sobre o processo de reabertura das atividades, mas que pode interferir se notar injustiças.

Além do indicador de emprego positivo, a expectativa por uma vacina ajuda na alta dos mercados acionários, após resultados promissores anunciados ontem pela Pfizer e pela BioNtech. Também ontem, a ata do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) indicou que estímulos monetários devem ser mantidos por mais tempo, mantendo a liquidez elevada nos mercados.

No Brasil, por sua vez, a produção industrial também veio melhor que o previsto ao subir 7% em maio ante abril, enquanto o mercado previa alta de 6,6%.

Apesar dos dados melhores, o número de casos de coronavírus segue crescendo, com 50 mil novas infecções nas últimas 24 horas nos Estados Unidos, maior número já reportado, o que deve continuar sendo monitorado por investidores e ainda pode trazer volatilidade.

O dólar comercial virou o sinal e oscila em alta frente ao real após chegar no menor valor intraday em uma semana na esteira do exterior com dados mais positivos do mercado de trabalho norte-americano, o que elevou o bom humor dos ativos globais. Mas o aumento de casos confirmados do novo coronavírus nos Estados Unidos, caracterizando uma segunda onda de infecção, limita o ambiente positivo.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,28%, sendo negociado a R$ 5,3030 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em agosto de 2020 apresentava recuo de 0,30%, cotado a R$ 5,308.

“O real estava acompanhando o exterior mais positivo, já que as moedas [de países] emergentes estão se valorizando, mesmo que menos agora. Porém, o dólar ficou barato após a entrada do importador e com a recomposição de posições”, comenta o diretor superintendente de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik.

Ele acrescenta que, apesar dos números melhores do que o esperado do payroll em junho, com a criação de 4,9 milhões de vagas ante expectativa de 3,3 milhões de novas vaga, o mercado volta a dar atenção aos novos números do coronavírus nos Estados Unidos. A Flórida registrou 9.558 casos nas últimas 24 horas, acumulando mais de 166,3 mil infectados no estado.

“Os indicadores recentes reforçam a leitura de que a fase mais crítica da crise está sendo superada nos Estados Unidos, o que fornece confiança na melhora da atividade. No entanto, o recrudescimento de casos de covid-19 em estados importantes, gerando atrasos na reabertura, segue como um fator de preocupação para o ritmo da retomada no segundo semestre”, avalia o economista da Tendências Consultoria, Silvio Campos.

Ele acrescenta que os dados de emprego de julho podem mostrar um ritmo mais contido de melhora, diante da pausa no processo de reabertura econômica nos estados que estão vivenciando novas ondas de contágio do novo coronavírus.

“Ainda assim, o conjunto de indicadores recentes sugere que a contração do PIB [Produto Interno Bruto] do segundo trimestre, que será sem precedentes, pode ser menos dramática do que o esperado e que são menos prováveis do que visões excessivamente pessimistas para o país neste ano”, destaca.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) seguem com oscilações estreitas, mas passaram a exibir um ligeiro viés positivo, em meio à mudança de sinal do dólar e também sob impacto do leilão de títulos públicos realizado pelo Tesouro Nacional. Ainda assim, o ambiente de maior apetite por risco inibe o movimento de colocação de prêmios, deixando a curva a termo local de lado.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 2,065%, de 2,06% após o ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2022 estava em 2,87%, de 2,89% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 3,96%, de 3,96%; e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 5,58%, de 5,61%, na mesma comparação.