MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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São Paulo – O Ibovespa segue acelerando ganhos e voltou a ultrapassar os 99 mil pontos – o que não ocorria há exatos quatro meses – diante do otimismo visto em mercados acionários em todo o mundo depois que a Bolsa chinesa de Xangai subiu mais de 5%, refletindo sinalizações de que o governo do país pode adotar medidas para apoiar o mercado financeiro local.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 2,02%, aos 98.7725,74 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 14,6 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em agosto de 2020 apresentava avanço de 2,02%, aos 98.930 pontos.

Além disso, cresce a percepção de que a economia global está se recuperando após indicadores positivos, como o ISM de serviços de junho divulgado há pouco nos Estados Unidos, que veio acima do esperado pelo mercado. Já na cena doméstica, declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, também animam investidores.

A Bolsa de Xangai subiu mais de 5%, para seu nível mais alto desde 2018, após um editorial na primeira página do jornal estatal “China Securities Journal” afirmar que promover um “mercado em alta e saudável” é importante, dada a complexidade das relações internacionais chinesas, a intensa competição financeira e tecnológica e o desafio de controlar riscos financeiros internos. Investidores também apostam uma recuperação mais rápida da China com a redução de casos de covid-19 na região.

“Isso trouxe a especulação de que o governo chinês irá incentivar mercados de ações relaxando algumas regras ou usar outros incentivos como a maior alavancagem para ver um rali, e impactou todos os mercados”, disse o sócio da Criteria Investimentos, Vitor Miziara.

Para Miziara, a percepção de que a economia global também pode se recuperar mais depressa do que o previsto após a crise causada pela pandemia é outro fator para a alta das Bolsas. Ele lembra que na semana passada, os dados de emprego nos Estados Unidos já vieram mais fortes do que o esperado por analistas.

No Brasil, chamou a atenção a entrevista do ministro da Economia, Paulo Guedes, à “CNN Brasil”, na qual afirmou que o governo anunciará quatro grandes privatizações ao longo dos próximos três meses, embora não tenha dito quais estatais serão as escolhidas. Ele também falou que a reforma tributária deve avançar e incluir imposto sobre dividendos, além de afirmar que a ajuda do governo às empresas aéreas envolverá a compra de debêntures conversíveis em ações e também a participação de capital privado.

Depois de abrir em queda, abaixo de R$ 5,30, o dólar comercial exibiu oscilações frente ao real ensaiando uma alta, mas voltou a firmar queda acompanhando o bom humor que prevalece nos ativos globais e nas moedas de países emergentes com a leitura de que a recuperação econômica mundial pode ser mais rápida do que a projetada no início da crise da pandemia do novo coronavírus.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,11%, sendo negociado a R$ 5,3180 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em agosto de 2020 apresentava ligeiro avanço de 0,04%, cotado a R$ 5,324.

“A semana começa com otimismo no exterior e aqui. Lá fora, existe a perspectiva de que a China consiga controlar a segunda onda do novo coronavírus, além da confiança em uma rápida recuperação da economia chinesa e consequentemente, da economia mundial”, comenta o diretor de câmbio do grupo Ourominas, Mauriciano Cavalcante.

Ele reforça que no ambiente doméstico, o otimismo é alimentado pelas declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, em entrevista ontem ao canal de TV “CNN”. Segundo Guedes, o governo pretende privatizar estatais ainda este ano, além de retomar a discussão sobre a reforma tributária. Para o diretor da Ourominas, investidores locais veem com otimismo o cenário de retomada econômica do país após essas declarações.

Porém, para o economista-chefe de uma corretora nacional, o movimento positivo dos ativos pode ser limitado pelos avanços da pandemia e pelos problemas fiscais do Brasil à frente. O profissional aposta que em dia de menor aversão ao risco, a taxa de câmbio deve “flutuar” em torno de R$ 5,30.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) seguem com oscilações estreitas, mas exibem um ligeiro viés positivo, apesar do apetite por risco que impulsiona os negócios locais com ações e moedas. Os investidores monitoram a questão fiscal no Brasil, enquanto aguardam dados domésticos sobre atividade e inflação nesta semana.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 2,085%, de 2,06% no ajuste anterior, na última sexta-feira; o DI para janeiro de 2022 estava em 2,90%, de 2,88% ao final da semana passada; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 4,00%, de 3,98%, na mesma comparação; e o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 5,55%, de 5,55%, repetindo o último ajuste.