MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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São Paulo – O Ibovespa acelerou ganhos diante de uma leve melhora das Bolsas norte-americanas depois que o governo dos Estados Unidos reiterou que está negociando um novo pacote de alívio econômico de US$ 1 trilhão. O índice já tinha ganhado impulso desde o final da manhã refletindo notícias de avanços em vacinas contra o coronavírus. No entanto, o vencimento de opções sobre ações e o aumento de casos de covid-19 ainda podem trazer volatilidade.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 1,09%, aos 104.012,14 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 25,3 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em agosto de 2020 apresentava avanço de 0,92%, aos 104.155 pontos.

Segundo o secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, a nova rodada de estímulos que está sendo negociada com líderes do Congresso para a conter a crise causada pela pandemia deve envolver US$ 1 trilhão e ter como foco crianças, empregos e vacinas. Além disso, o presidente Donald Trump se mostrou otimista sobre vacinas e disse que em breve deve anunciar avanços no combate à doença.

Mais cedo, a farmacêutica AstraZeneca anunciou que resultados liderados pela Universidade de Oxford mostraram que sua vacina em estudo contra o coronavírus gerou “respostas imunes robustas”. A primeira de duas fases do estudo inclui 1.077 participantes adultos no Reino Unido, Brasil e África do Sul. Além disso, a norte-americana Pfizer e alemã BioNtech também anunciaram avanços em testes realizados na Alemanha com a sua vacina, testada em 60 adultos na primeira de duas fases.

Segundo o sócio da Critéria Investimentos, Vitor Miziara, já havia uma expectativa positiva sobre o anúncio que seria feito pela AstraZeneca hoje, o que anima um pouco o mercado. As Bolsas no exterior operam na sua maioria em alta, assim como índice norte-americano S&P500.

Além do pacote em negociações nos Estados Unidos, Miziara ainda destaca a discussão sobre o plano de ajuda econômica na União Europeia (UE). “Na Europa ainda não se chegou a um acordo, mas negociações podem andar hoje”, disse.

No Brasil, o ministro da Economia, Paulo Guedes, prometeu para amanhã a entrega da primeira fase da reforma tributária do governo ao Senado Federal. A possibilidade é de que essa fase inicial contemple apenas a proposta de unificação do PIS-Pasep e do Cofins em um único tributo, com o eventual e polêmico tributo sobre operações eletrônicas provavelmente não sendo contemplado nessa fase inicial. A reação dos parlamentares ao projeto deve ser monitorada.

Após oscilar sem direção única, o dólar comercial volta a firmar queda frente ao real, renovando mínimas sucessivas abaixo de R$ 5,35, reagindo à notícia sobre avanços no desenvolvimento de um tratamento contra a covid-19. O anúncio foi feito por uma empresa do Reino Unido.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,77%, sendo negociado a R$ 5,3430 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em agosto de 2020 apresentava recuo de 0,78%, cotado a R$ 5,345.

“Lá fora, investidores tentam partir para o risco com a notícia de mais um sinal positivo para o desenvolvimento de uma vacina contra o novo coronavírus”, comenta o diretor de câmbio de uma corretora nacional.

A empresa britânica de descoberta e desenvolvimento de medicamentos respiratórios Synairgen relatou avanços em um tratamento para o novo coronavírus a partir de um estudo clínico com pacientes hospitalizados, diz a companhia em comunicado.

O estudo mostrou que pacientes que receberam o tratamento, uma formulação integral inalada de interferon beta, tiveram um risco 79% menor de desenvolver doença grave e tiveram duas vezes mais chances de se recuperar da covid-19 do que aqueles que receberam placebo.

O economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, ressalta que a expectativa com testes de vacina contra a covid-19 exerce o maior impacto positivo nos mercados. “Deixando de lado um pouco a influência da eleição nos Estados Unidos, onde o Donald Trump [presidente do país] se encontra em uma situação cada vez mais difícil para um presidente em reeleição”, avalia.

As taxas dos contratos futuros de juros (DIs) de médio de longo prazo passaram a apresentar viés de queda, de olho nos incentivos dos bancos centrais mundiais às economias, o aumento dos casos do novo coronavírus nos EUA e Europa e também a influência do dólar comercial, que opera em queda na sessão de hoje. O vencimento mais curto segue perto da estabilidade com a proximidade da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

Às 13h30 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 2,020%, de 2,03% após o ajuste do último pregão; o DI para janeiro de 2022 estava em 2,91%, de 2,95% do ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 3,97%, de 4,03%; o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 5,45%, de 5,49% na mesma comparação.