São Paulo – A taxa de desocupação da população brasileira foi estimada em 13,30% no segundo trimestre deste ano, ficando 1,1 ponto percentual (pp) acima do observado no período anterior (12,2%), referente aos três primeiros meses de 2020, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou em linha com a mediana das estimativas coletadas pelo Termômetro CMA, de 13,30%.
Trata-se da maior taxa de desocupação deste ano e desde o trimestre móvel entre fevereiro e abril de 2017, quando estava em 13,6%. Já na comparação com o mesmo período anterior, referente ao trimestre móvel de abril a junho do ano passado, quando estava em 12,0%, houve um aumento de 1,3 pp, ainda segundo o IBGE.
Ao final de junho deste ano, a população desocupada somava 12,8 milhões de pessoas, estável em relação aos três primeiros meses de 2020 e também no confronto com igual trimestre do ano passado. Já a população ocupada totalizou 83,3 milhões, seguindo no menor nível da série histórica, iniciada em 2012, com quedas de 9,6% (8,9 milhões de pessoas a menos) em relação ao trimestre anterior e de -10,7% na comparação com o mesmo período de 2019 (10 milhões de pessoas a menos).
A analista da pesquisa, Adriana Beringuy, explica que mesmo com o cenário de estabilidade entre a população desocupada, a taxa de desemprego subiu por causa da redução da força de trabalho, que soma as pessoas ocupadas e desocupadas. “Essa taxa é fruto de um percentual de desocupados dentro da força de trabalho. Então como a força de trabalho sofreu uma queda recorde de 8,5% em função da redução no número de ocupados, a taxa cresce percentualmente mesmo diante da estabilidade da população desocupada”, explica.
Com isso, a taxa de subutilização da força de trabalho atingiu o recorde de 29,1%, com altas de 4,8 pp em relação ao trimestre encerrado em março deste ano e de +4,3 pp na comparação com igual período do ano passado.
Segundo o IBGE, a população subutilizada somou 31,9 milhões e também foi mais um recorde na série, crescendo 15,7% (mais 4,3 milhões de pessoas) frente ao trimestre anterior e +12,5% (3,5 milhões de pessoas) na comparação com igual período de 2019.
Assim, a população fora da força de trabalho atingiu o maior contingente da série, somando 77,8 milhões de pessoas, com crescimentos recordes nas duas bases de comparação: +15,6 (mais 10,5 milhões de pessoas) no confronto trimestral e +20,1% (mais 13 milhões de pessoas) no confronto anual. A população desalentada também é a maior da história, com 5,7 milhões de pessoas, altas de 19,1% e de 16,5%, respectivamente.
Já em relação à renda, o rendimento médio real habitual dos trabalhadores foi estimado em R$ 2.500 no período entre abril e junho deste ano, com altas de 4,6% frente ao trimestre anterior e de +6,9% na comparação com o mesmo trimestre de 2019. Por sua vez, a massa de rendimento médio real habitual dos ocupados nos últimos três meses até junho foi estimada em R$ 203,5 bilhões, quedas de 5,6% (menos R$ 12 bilhões) em relação ao trimestre anterior e de -4,4% frente ao mesmo período de 2019.