Indústria avança pelo terceiro mês seguido, diz IBGE

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São Paulo, 3 de setembro de 2020 – A produção industrial brasileira subiu pelo terceiro mês consecutivo, em + 8,0% em julho, dando continuidade à recuperação, porém ainda insuficiente para eliminar a perda de 27% acumulada entre março e abril, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado mensal ficou acima da previsão, de +5,60%, conforme mediana das estimativas coletadas pelo Termômetro CMA.

Já na comparação anual, a produção industrial brasileira recuou 3,0%, no nono resultado negativo consecutivo nesse tipo de confronto. A queda foi menor que a mediana das expectativas, de -6,6%, ainda conforme o Termômetro CMA. Com o resultado, a indústria nacional acumula perdas de 9,6% nos sete primeiros meses deste ano e de -5,7% nos últimos 12 meses até julho, marcando o recuo mais intenso desde dezembro de 2016 (-6,4%) e acelerando a perda frente aos meses anteriores, no período.

O gerente da pesquisa, André Macedo, observa que a indústria ainda está em patamar abaixo do observado no ano ano passado e ainda há espaço para recuperação. “Observa-se uma volta à produção desde maio e é um crescimento importante, mas que ainda não recupera as perdas o período mais forte de isolamento [social]”, diz, referindo-se às medidas de combate à disseminação do coronavírus.

Ainda assim, a abertura do dado mensal mostra que, pela primeira vez desde o início da série histórica, em 2002, houve uma alta inédita em 25 das 26 atividades pesquisadas. Entre elas, a que influência mais positiva foi, mais uma vez, a de veículos automotores, reboques e carrocerias (+43,9%), acumulando expansão de 761,3% em três meses. Por outro lado, o ramo de impressão e reprodução de gravações (-40,6%) foi o único resultado negativo no período.

Entre as grandes categorias econômicas, ainda em relação a julho, bens de consumo duráveis saltaram 42,0%, na taxa positiva mais acentuada no mês. Bens de capital avançaram 15,0% e bens intermediários cresceram 8,4%. Já os setores produtores de bens de consumo semi e não-duráveis assinalaram crescimento menos intenso, de +4,7%. Todos os segmentos apontaram expansão pelo terceiro mês seguido, mas permanecem abaixo do patamar de fevereiro.

Já no confronto com igual mês do ano anterior, o setor industrial registrou resultados negativos em três das quatro grandes categorias econômicas e em 11 dos 26 ramos pesquisados. O IBGE observa que julho deste ano teve o mesmo número de dias úteis do mesmo mês de 2019, com 23, cada.

Entre as atividades, a de veículos automotores, reboques e carrocerias (-34,7%) exerceu a maior influência negativa. Na outra ponta, destaque para a alta em produtos alimentícios (+9,4%). Entre as quatro grandes categorias econômicas, bens de consumo duráveis (-16,9%) e bens de capital (-15,4%) assinalaram os recuos mais acentuados, mas o setor de bens de consumo semi e não-duráveis (-5,2%) também mostrou taxa negativa. Já bens intermediários registraram a única taxa positiva no mês (+1,4%).