Moody’s eleva ratings da Cemig de B1 para Ba3 com perspectiva positiva

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São Paulo – A agência de classificação de risco Moody’s elevou os ratings corporativos da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) de B1/Baa1.br para Ba3/A1, com perspectiva positiva, e o perfil de risco de crédito individual, de b1 para ba3. Segundo a avaliação, a elevação do rating reflete melhoras significativas na política financeira e gestão de riscos da companhia nos últimos três anos, com destaque para a evolução da posição de liquidez.

Segundo a análise, em junho, a posição de caixa consolidada era de R$ 3,5 bilhões, com obrigações de dívida de curto prazo de R$ 3,0 bilhões, que foi beneficiada por recursos relacionados ao ressarcimento de disputas judiciais tributárias e pelo recebimento, em julho, de R$ 1,2 bilhão, de um total de R$ 1,4 bilhão, da Conta-Covid. Os ratings também levam em consideração a manutenção de um baixo perfil de alavancagem, com uma expectativa de dívida/EBITDA inferior a 4,0x e CFO pré-W/C/dívida entre 17%-22%.

“A liquidez disponível é suficiente para cobrir todas as obrigações de dívida nos próximos 18 meses. Além disso, durante a pandemia, a companhia reduziu investimentos, reduziu e postergou o pagamento de dividendos e estendeu o prazo médio de vencimento de dívidas”, aponta o relatório.

O perfil de crédito, por sua vez, reflete sua capacidade de geração instalada de 6,1 GW, 97% em energia hidrelétrica, 9.830 quilômetros de linhas de transmissão, e distribuição de energia elétrica para 8,6 milhões de consumidores.

“O perfil de crédito da companhia é beneficiado pela crescente representação do negócio de distribuição de energia elétrica, que é regulado e mais previsível, mais próximo de 50% do EBITDA total atualmente, comparado a 30% entre 2014-2017, dado que algumas concessões de geração de energia venceram e a empresa continuou a investir na sua rede de distribuição”, diz a agência.

A Moody’s disse que a nota da Cemig pode aumentar novamente com a melhora contínua de sua estratégia de gestão de passivos, incluindo a gestão de risco cambial, endividamento e manutenção de métricas de crédito de forma que o CFO pre-WC/dívida fique acima de 18% de maneira sustentável.

Um rebaixamento de rating poderia acontecer se os riscos de liquidez da companhia não forem administrados de forma prudente, ou se houver um aumento sustentável da alavancagem de tal forma que o CFO pre-WC/dívida consolidado da empresa permaneça abaixo de 15% em bases sustentáveis.