São Paulo – O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, anunciou novas restrições para conter a propagação do novo coronavírus na Inglaterra, citando o avanço de hospitalizações pela doença, e reiterou não se tratar de um bloqueio total.
“O prospecto de uma segunda onda é real” no Reino Unido, assim como na Espanha, França e em muitos outros países, disse Johnson, em discurso ao Parlamento britânico. Ele citou dados mostrando que as infecções no país podem dobrar em entre sete em 20 dias, com milhares de novas infecções no próximo mês.
Segundo ele, o avanço de casos é resultado do maior número de testes, e que mais cidadãos tem anticorpos para combater o vírus, embora dados recentes mostrem que esse grupo ainda é de menos de 8% da população total.
“Nas últimas quatro noites, as hospitalizações diárias na Inglaterra mais do que dobraram”, disse, podendo levar a centenas de mortes em novembro. “Esses números continuarão crescendo se não agirmos”, e podem acelerar na medida me que outono se torna inverno no país.
“O governo vai introduzir novas restrições na Inglaterra”, anunciou. “Quero enfatizar que isso não é de forma alguma um retorno ao bloqueio total de março. Não estamos emitindo uma instrução geral para ficar em casa. Garantiremos que escolas, faculdades e universidades permaneçam abertas porque nada é mais importante do que a educação, saúde e bem-estar de nossos jovens”.
Segundo o premiê britânico, funcionários de escritório que podem trabalhar em casa são incentivados a fazê-lo. Além disso, todos os pubs, bares e restaurantes devem operar apenas serviço de mesa, exceto para retiradas.
“Estenderemos a exigência de uso de coberturas faciais para incluir funcionários no varejo, todos os usuários de táxis e veículos particulares de aluguel e funcionários e clientes em hospitalidade interna, exceto quando sentados à mesa para comer ou beber”, disse Johnson. Ele reiterou que as empresas serão multadas por violações.
Por fim, Johnson disse esperar que as novas regras permaneçam em vigor por seis meses na Inglaterra, e que as outras administrações britânicas vão adotar medidas semelhantes. O premiê afirmou que conversou com cada um dos primeiros-ministros e agradeceu pela colaboração.
O Reino Unido possui cerca de 401 mil infecções por covid-19 e 41 mil óbitos.