MERCADO AGORA: Veja um sumário dos negócios até o momento

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São Paulo – O Ibovespa acelerou ganhos seguindo o movimento das Bolsas norte-americanas em meio a expectativa por novos estímulos econômicos e com a melhora no quadro de saúde do presidente Donald Trump, que está com coronavírus. A intensificação da alta dos preços do petróleo também ajuda o índice, impulsionando as ações da Petrobras, enquanto os papéis de bancos, que caíam mais cedo, ensaiam uma alta.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 1,70%, aos 95.618,78 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 10,5 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em outubro de 2020 apresentava avanço de 2,53%, aos 95.645 pontos.

De acordo com especialistas, a doença de Trump, bem como um relatório de empregos fraco em setembro, destacaram a urgência por novos estímulos econômicos e podem pressionar por um acordo entre democratas e republicanos em torno do pacote fiscal. Investidores também seguem atentos a saúde do presidente, com informações de que ele pode ter alta ainda hoje, depois de ter sido internado em um hospital militar na última sexta-feira.

“Depois de notícias de que Trump teria tido uma piora, parece que ele melhorou e pode receber alta. Há quem acredite que o fato de Trump estar doente pode gerar empatia e levar a uma reação nas pesquisas eleitorais, mas esse efeito tende a ser passageiro e a maioria dos votos já está decidida. As últimas pesquisas também mostraram Biden [Joe, candidato democrata] em boa vantagem”, comenta o sócio da Criteria Investimentos, Vitor Miziara.

Entre as ações, as da Petrobras (PETR3 3,59%; PETR4 3,94%) aceleraram ganhos acompanhando a alta de mais de 6% dos preços do petróleo, enquanto as de bancos, como do Itaú Unibanco (ITUB4 1,15%) passaram a subir após operaram em baixa pela manhã.

Já as maiores altas do Ibovespa seguem sendo de siderúrgicas, caso da CSN (CSNA3 4,58%), Gerdau Metalúrgica (GOAU4 5,18%) e Gerdau (GGBR4 4,94%). O setor tem anunciado novos aumentos de preços de seus produtos para clientes, em meio a um preço favorável do minério de ferro e à recuperação da demanda.

Na contramão, as maiores quedas do índice são das companhias do setor de educação, Cogna (COGN3 -2,96%) e da Yduqs (YDUQ3 -2,47%), além da CVC (CVCB3 -2,35%). O banco JP Morgan rebaixou a recomendação para os papéis da Cogna de neutra para venda.

O dólar comercial acelerou a queda frente ao real, renovando mínimas sucessivas em busca dos R$ 5,60, após oscilar na abertura dos negócios, acompanhando o ambiente externo mais positivo para as moedas de países emergentes com o mercado reverberando as notícias sobre o estado de saúde do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 1,18%, sendo negociado a R$ 5,5960 na venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em outubro de 2020 apresentava recuo de 1,65%, cotado a R$ 5,599.

O consultor de câmbio da corretora Advanced, Alessandro Faganello, ressalta que, além da possibilidade de Trump retornar à Casa Branca ainda hoje, as declarações do chefe de gabinete, Mark Meadows, de que o presidente norte-americano está comprometido em efetivar um acordo para o aguardado pacote de estímulo fiscal e anunciar em breve, corrobora para o apetite ao risco.

Para o diretor de uma corretora nacional, a cautela local com o cenário fiscal inibe uma valorização mais intensa da moeda norte-americana. Além da deterioração das contas públicas, o mercado doméstico acompanha os desdobramentos dos ruídos políticos entre os ministros do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, e o da Economia, Paulo Guedes, na sexta-feira.

“A fim de restabelecer as conexões entre a ala política e econômica em Brasília, parlamentares articulam uma reaproximação entre Guedes e Rodrigo Maia [presidente da Câmara dos Deputados], significando que o encontro entre as duas autoridades pode ocorrer hoje”, diz o  trader de mesa de câmbio da Travelex Bank, Pedro Molizani.

As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) não conseguiram dar continuidade ao movimento de colocação de prêmios visto logo na abertura do pregão e passaram a ensaiar queda, principalmente nos vértices mais longos. O movimento é favorecido pelo apetite por risco no exterior, o que reaproxima o dólar à faixa de R$ 5,60. Porém, os vencimentos mais curtos mantêm um leve viés positivo com os crescentes riscos fiscais levantando dúvidas sobre o rumo da Selic.

Às 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 3,26%, de 3,40% no ajuste anterior, na última sexta-feira; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 4,67%, de 4,85% no ajuste ao final da semana passada; o DI para janeiro de 2025 estava em 6,53%, de 6,71%; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 7,46%, de 7,60%, na mesma comparação.