São Paulo – As perspectivas para a economia global estão melhores do que o esperado, depois de projeções de uma contração severa este ano, disse a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva.
Em junho, FMI divulgou que espera uma contração no Produto Interno Bruto (PIB) global de 4,9% para este ano. “O quadro hoje é menos terrível”, disse Georgieva, em texto preparado para discurso.
“Estimamos agora que os desenvolvimentos no segundo e terceiro trimestres foram um pouco melhores do que o esperado, permitindo uma pequena revisão em alta de nossa previsão global para 2020. E continuamos projetando uma recuperação parcial e desigual em 2021”, disse.
Segundo ela, a melhora se deve em grande parte à medidas políticas extraordinárias. Os governos forneceram cerca de US$ 12 trilhões em apoio fiscal para famílias e empresas, enquanto medidas de política monetária sem precedentes têm mantido o fluxo de crédito, afirmou.
Por outro lado, os mercados emergentes e os estados de baixa renda e frágeis continuam a enfrentar uma situação precária, e os riscos permanecem altos, incluindo o aumento de falências e avaliações esticadas nos mercados financeiros. Os níveis de dívida também aumentaram.
Assim, o caminho para enfrentar a crise, segundo ela, tem quatro prioridades, começando por defender a saúde das pessoas e evitar a retirada prematura de apoio político. “Uma política fiscal flexível e voltada para o futuro será crítica para que a recuperação se estabeleça”, disse.
Por fim, é preciso lidar com a dívida. “Em alguns casos, será necessária uma coordenação global para reestruturar a dívida soberana, com plena participação de credores públicos e privados”, disse.
“Unidos por uma única corda, podemos superar a crise e alcançar um mundo mais próspero e resiliente para todos”, concluiu.