Credit Suisse diz que 3T20 será histórico para venda de cerveja no Brasil e Ambev salta

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São Paulo – As ações da Ambev sobem quase 7% depois que o Credit Suisse se mostrou otimista com o setor de bebidas no Brasil, afirmando que o terceiro trimestre deste ano deve ser o trimestre mais forte da história recente para a venda de cerveja no País. Às 11h59 (horário de Brasília), as ações da empresa (ABEV3) subiam 6,86%, a R$ 13,68.

Segundo o banco, os volumes de produção de álcool já cresceram 20% em agosto, após alta de 23% em julho e de 15% em junho, lembrando que a cerveja representa cerca de 90% do volume total de álcool produzido no Brasil (em litros).

“Isso suporta nossa visão de que a indústria da cerveja surpreenderá positivamente nos mercados emergentes, o que pode forçar os investidores a reavaliar o desconto de 15% na avaliação de cervejarias em relação a destilarias”, afirmaram os analistas, em relatório.

Para os analistas, a natureza do crescimento tem sido impulsionada pela maior frequência no hábito de beber (beber em mais ocasiões), e não na intensidade (beber mais por ocasião), o que faz com que o padrão de consumo tenha maior chance de ser sustentável. No entanto, lembra que os auxílios do governo para pessoas de baixa renda durante a pandemia reduziram de valor, o que impacta o consumo como um todo.

A avaliação é que Ambev é uma das que mais deve se beneficiar desse crescimento, impulsionada por uma distribuição mais forte no comércio tradicional, junto a pequenos negócios familiares, por exemplo, que se tornaram mais relevantes no pós-pandemia. Também destacam o atraso que fez no reajuste de preços na comparação com o restante da concorrência.

Já em relação à Heineken, acreditam que as marcas Heineken e Amstel, que são distribuídas pelo sistema Coca, devem permanecer fortes, no entanto, o portfólio mais comercial da Kirin perdeu participação. Excepcionalmente, a Heineken liderou aumento de preços da indústria este ano, o que provavelmente gerou baixo desempenho de volume em comparação à Ambev.

No entanto, os analistas acreditam que os recentes aumentos de preços no Brasil também ajudam a aliviar as preocupações mais amplas dos investidores sobre as cervejarias, já que mostram que esse movimento pode compensar os ventos contrários trazidos pela depreciação do câmbio do mercado emergente.