São Paulo – O Ibovespa segue em alta e chegou a bater a máxima de 100.027,05 pontos há pouco – no maior nível intraday desde o dia 18 de setembro (100.101,91 pontos) – sustentado por ações de bancos e por expectativas de que se possa se chegar a um acordo sobre um novo pacote de estímulos econômicos nos Estados Unidos.
Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava alta de 1,87%, aos 100.508,67 pontos. O volume financeiro do mercado era de aproximadamente R$ 13,0 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em dezembro de 2020 apresentava avanço de 1,89%, aos 100.725 pontos.
Segundo o fundador e CIO da Chess Capital, Vicente Matheus Zuffo, desde ontem os bancos já mostram um desempenho melhor refletindo expectativas positivas sobre seus balanços, reforçadas por um relatório do Credit Suisse e pelos resultados de seus pares no exterior. “Os investidores estão refazendo as contas sobre os papéis do setor e estão mais animados. Os resultados lá de fora ajudaram, hoje saiu o do UBS”, disse.
As maiores altas do Ibovespa no momento são das ações do Bradesco (BBDC3 3,44%. BBDC4 4,26%) e do Santander (SANB11 3,74%).
Além disso, Zuffo cita que ainda há esperanças sobre avanços nas conversas entre democratas e republicanos sobre estímulos nos Estados Unidos. “Não sei vai ser hoje, no timing que se esperava, mas a impressão que dá é que democratas estão mais confiantes nas eleições e querem aprovar um pacote mais robusto”, afirmou.
Ontem, a equipe dos democratas e presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, disse que ela conversou com o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, e que as diferenças estão diminuindo. A expectativa é que ocorra nova conversa hoje. Pelosi já havia afirmado que é preciso sair um acordo até hoje ou a questão ficará para depois das eleições presidenciais no dia 3 de novembro. As Bolsas norte-americanas operam em alta.
Já entre as maiores quedas e únicas quedas do Ibovespa estão as ações da Vale (VALE3 -0,22%), do Bradespar (BRAP4 -0,33%) e da Rumo 8RAIL3 -0,10%). As ações da Vale e Bradespar, acionista da mineradora, estão refletindo o relatório trimestral de produção da companhia, que mostrou vendas abaixo do previsto, embora analistas ainda tenham citado que os números em geral são positivos.
Após oscilar forte na abertura dos negócios, o dólar comercial firmou queda frente ao real e opera abaixo de R$ 5,60, com investidores acompanhando o exterior enquanto alimentam esperanças de que um novo pacote de estímulo fiscal possa ser aprovado antes das eleições presidenciais nos Estados Unidos, daqui há duas semanas.
Por volta das 13h30, o dólar comercial registrava queda de 0,71%, sendo negociado a R$ 5,5670 na venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em novembro de 2020 apresentava recuo de 0,79%, cotado a R$ 5,567.
O consultor de câmbio da corretora Advanced, Alessandro Faganello, reforça que segue a expectativa pelo acordo entre Casa Branca e democratas para aprovação de um pacote de estímulos, enquanto continuam as negociações entre a presidente da Câmara, a democrata Nancy Pelosi, e o secretário do Tesouro norte-americano, Steve Mnuchin.
“Paralelamente, os republicanos do Senado buscam apresentar um projeto secundário que ajude pequenas empresas afetadas pelos reflexos do novo coronavírus. Hoje é um dia importante para saber se o estreitamento das diferenças entre as partes pode resultar em um pacote antes das eleições”, avalia.
O diretor de câmbio de uma corretora nacional reforça que o viés de valorização da moeda local reflete também um fluxo positivo vindo das últimas captações externas e alinhado com a piora do dólar no exterior ante as moedas de países emergentes.
As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) seguem em queda, com os investidores calibrando as expectativas no front fiscal tanto no Brasil quanto no exterior. O tom otimista em relação a estímulos adicionais nos Estados Unidos e ao “teto dos gastos” aqui favorece a retirada de prêmios da curva a termo, beneficiada ainda pela queda do dólar para abaixo de R$ 5,60.
Às 13h30, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 3,24%, de 3,29% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2023 projetava taxa de 4,57%, de 4,66% após o ajuste ontem; o DI para janeiro de 2025 estava em 6,35%, de 6,48%; e o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 7,24%, de 7,40%, na mesma comparação.