São Paulo – O governo chinês anunciou que deve impôr novas sanções sobre empresas norte-americanas que venderem armas para Taiwan. Entre as companhias a serem penalizadas estão a Lockheed Martin, Boeing Defense, Space & Security (BDS) e Raytheon.
“Como a China apontou em várias ocasiões, as vendas de armas dos Estados Unidos para Taiwan violam gravemente o princípio de uma só China e os três comunicados conjuntos entre Estados Unidos e China, além de minarem seriamente a soberania e os interesses de segurança chineses. A China se opõe firmemente e a condena veementemente”, afirmou o vice-diretor do Departamento de Informação do Ministério de Relações Exteriores chinês, Zhao Lijian, em coletiva de imprensa.
Segundo ele, “para defender os interesses nacionais”, a China decidiu tomar as medidas para sancionar as empresas norte-americanas envolvidas na venda de armas para Taiwan, incluindo Lockheed Martin, Boeing Defense, Space & Security (BDS) e Raytheon, bem como os indivíduos e entidades dos Estados Unidos que desempenharam um notório papel no processo.
Lijian instou os Estados Unidos a respeitarem o “princípio de uma só China” e pediu que o país pare de vender armas a Taiwan ou de ter quaisquer laços militares com ela.
“Continuaremos tomando as medidas necessárias para salvaguardar a soberania nacional e os interesses de segurança”, concluiu ele.
A ação é uma resposta à aprovação do Departamento do Estado norte-americano à venda de armas no valor de cerca de US$ 1,8 bilhão para Taiwan, feita no dia 21 de outubro. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês disse em 22 de outubro que a China daria uma resposta legítima e necessária de acordo com a evolução da situação.
O Partido Comunista chinês reivindica Taiwan – que se dividiu com o continente em 1949 durante uma guerra civil – e já ameaçou invadir o território. Washington prometeu na década de 1980 reduzir e eventualmente encerrar as vendas de armas para Taiwan, mas insiste que sua disputa com Pequim deve ser resolvida pacificamente.
Hoje, Washington não tem relações formais com o governo da ilha, mas é seu principal aliado. A lei dos Estados Unidos exige que o governo garanta que Taiwan possa se defender. As vendas de armas para a ilha aumentaram em quantidade e qualidade.