São Paulo – O banco central da Austrália (RBA, na sigla em inglês) cortou a taxa básica de juros do país de 0,25% para 0,1%, seu menor nível histórico, e anunciou um programa de compra de ativos para impulsionar a economia em meio à pandemia do novo coronavírus.
“Em sua essência, a decisão de hoje reflete o compromisso do RBA de fazer o que pudermos razoavelmente, com as ferramentas de que dispomos, para apoiar a recuperação da economia australiana”, disse o presidente do banco central australiano, Philip Lowe, em comunicado.
“O Conselho considera o tratamento da alta taxa de desemprego uma prioridade nacional e deseja fazer o que estiver ao seu alcance para apoiar a criação de empregos”.
O banco também anunciou o corte de 0,25% para 0,1% na meta para os juros dos títulos do governo australiano de três anos. Além disso, anunciou a introdução de um programa de compra de ativos de 100 milhões de dólares australianos nos próximos seis meses, tanto de títulos do governo federal quanto de estados e territórios.
Segundo Lowe, os dados recentes de gastos familiares e de emprego têm sido um pouco mais fortes do que o esperado, mesmo com os bloqueios em Victoria, e a projeção é de alta de 6% no Produto Interno Bruto (PIB) no ano até junho de 2021 e de 4% no ano seguinte.
Por outro lado, “precisamos reconhecer que a pandemia infligiu danos significativos à nossa economia da Austrália”, disse. “Levará algum tempo para reparar esses danos e é altamente provável que a recuperação seja irregular e demorada”.
Ele destacou a projeção de taxa de desemprego ainda em torno de 6% em 2022, mantendo o crescimento dos salários e da inflação baixos. A projeção é de taxa de inflação de 1% no próximo ano e de 1,5% em 2022.
“Dada essa perspectiva, o Conselho considerou apropriado tomar outras medidas hoje para apoiar a economia”, disse Lowe. “O Conselho espera que esse novo nível mais baixo de taxas de juros permaneça em vigor por um período prolongado”.
Por fim, Lowe disse que o RBA não está sem poder de fogo. “Temos opções adicionais de política monetária e estamos preparados para usá-las se as circunstâncias exigirem”.