Desvalorização do real é resultado de trajetória das contas públicas, diz BC

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Brasília – A desvalorização real em relação ao dólar em 2020 passou a ser influenciada pela trajetória das contas públicas, ao contrário do que aconteceu em 2019, quando era influenciada pela queda da taxa Selic, afirmou o diretor de Política Econômica do Banco Central, Fabio Kanczuk, em evento virtual do Itaú Unibanco.

“A desvalorização do câmbio no ano passado foi relacionada a taxas de juros mais baixas. Vemos isso com fundamento e não como ruído. É um real um pouco mais desvalorizado, é isso. Mais recentemente, eu vejo a desvalorização mais como uma questão fiscal. O câmbio tem reagido mais ao sabor da questão fiscal, e pouco a juros”, afirmou.

Segundo o diretor, uma expansão fiscal que impacte na trajetória de dívida resultaria em uma curva longa de juros mais altos e com isso uma maior depreciação do real. “Além disso, uma expansão fiscal descontrolada gera mais inflação e menos atividade econômica. O mercado precifica, talvez com razão, probabilidade maior de evento ruim, de descontrole”.