São Paulo – A vacina russa Sputnik V tem eficácia de mais de 92% em proteger as pessoas contra o novo coronavírus, segundo dados preliminares de testes de fase 3 realizados na Rússia, de acordo com comunicado do Centro Nikolai Gamaleya de Epidemiologia e Microbiologia e o Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF, na sigla em inglês).
“Os testes avaliaram a eficácia entre mais de 16 mil voluntários que receberam a vacina ou o placebo 21 dias após a primeira injeção”, diz a nota. “Como resultado de uma análise estatística de 20 casos confirmados de coronavírus, a divisão do caso entre indivíduos vacinados e aqueles que receberam o placebo indica que a vacina Sputnik V teve uma taxa de eficácia de 92% após a segunda dose”.
Segundo o comunicado, a confirmação é baseada em dados provisórios de ensaios clínicos de fase 3 duplo-cegos, randomizados e controlados por placebo na Rússia envolvendo 40 mil voluntários, dos quais mais de 20 mil foram vacinados com a primeira dose da vacina e mais de 16 mil com a primeira e a segunda dose.
Além disso, a vacina foi administrada pela primeira vez em setembro a um grupo de voluntários das “zonas vermelhas” dos hospitais russos, e a observação de mais 10 mil voluntários adicionais vacinados representando médicos e outros grupos de risco confirmou a taxa de eficácia da vacina de mais de 90%.
“A observação dos participantes do estudo continuará por seis meses após o qual o relatório final será apresentado”, diz a nota, acrescentando que atualmente os testes de fase 3 da Sputnik V estão em andamento em Belarus, Emirados Árabes Unidos, Venezuela e outros países.
O anúncio vem após a Pfizer e a BioNTech divulgarem esta semana dados preliminares mostrando que sua vacina é mais de 90% eficaz em prevenir a covid-19, em uma análise envolvendo 94 casos confirmados da doença, acima dos 20 casos da vacina russa. Os testes da Pfizer e da BioNTech vão continuar até a análise final em 164 casos, segundo as empresas.
Em 11 de agosto, a Rússia registrou a primeira vacina contra a covid-19, a Sputnik V. Em 14 de outubro, o presidente russo Valdimir Putin anunciou que o Centro de Virologia e Biotecnologia de Vetores registrou sua vacina, chamada EpiVacCorona. Além disso, estão em andamento dois ensaios clínicos de uma terceira vacina, preparados pelo Centro Russo de Pesquisa e Desenvolvimento de Substâncias Imunobiológicas Chumakov.